A Bula
Ótimo que chegaram as tão esperadas caixas com vacinas para serem distribuídas à população brasileira, para o Doria foi um trunfo sobre o governo federal porque elas vieram diretamente do Instituto Butantã do Estado de São Paulo e não da Índia e nem de Londres.
- Onde estão as outras vacinas ??! - brada o indigesto governador de São Paulo. Tudo na esperança de que o Bolsonaro neste momento esteja acuado e jururu num cantinho do Palácio Alvorada.
A chegada dos aviões que transportaram “passageiros” tão esperados foi uma festa para governadores e secretários de saúde inclusive com acenos de boas-vindas para ... as vacinas! Nada tenho a acrescentar se não fosse um pequeno ponto a considerar: pelos cálculos e previsões, também levando em conta minha idade de setenta e cinco anos, a ordem de preferência dos que serão vacinados por primeiro, nem em 2.023 chegará a minha vez de tomar a dita cuja ampola.
E o que vou fazer até lá? Viver no mundo da lua como os inquilinos do STF? Ou vou viver escondido de tudo e de todos até me tornar um troglodita? Enquanto isto eu vejo na TV a cara das pessoas tomando Coronavac com alegria como se intimamente estivessem debochando daqueles que como eu estão distantes da “agulhada”.
Só que eles não sabem a composição da vacina, seus efeitos e eficácia. Por quê? Não leram a bula. Não a Bula Papal, mas a bula que acompanha a caixa que armazena a vacina chinesa.
E já pensaram em tomar uma vacina da terra do Mao sem ler as letras miúdas da bula? E tudo escrito em mandarim? Sim porque duvido que alguém do Instituto Butantã tenha conseguido traduzir o seu conteúdo, principalmente na parte escrita “indicações”. Se a vacina serve mesmo para prevenir o COVID-19. Eu hein, vou esperar chegar a hora de aplicarem a vacina inglesa, a tal Oxford, porque leio razoavelmente inglês e daí posso muito bem ler as letrinhas miúdas da sua bula. Pois tomar medicamento sem antes ler a bula jamais, pois como cobaia e consumidor não quero ser enganado.
Mas afinal: para que serve mesmo essa tal de bula? Salvo engano só para ler a dose para uso do medicamento ou quando muito as contraindicações e nada mais. Duvido que algum médico ou farmacêutico entenda tudo que está escrito em forma de hieróglifos no papiro.
As vezes fico imaginando uma aula do curso de Medicina, com trezentos alunos na sala de aula aprendendo com o seu professor a arte de interpretar uma pequenina bula. Duvido que seja verdade porque ler uma bula inteirinha não se aprende na faculdade e nem em lugar nenhum.
Talvez dentro de uma solitária no Presidio Central de Piraquara. Mas voltando para a fila da vacina; já imaginou se a vacina do Doria não tiver eficácia comprovada? Chegará a vez de uma outra vacina - com certeza a Oxford - e começará um novo ciclo de vacinação com preferência àqueles que foram vacinados pela primeira vez, logo minha vez na ordem de preferência ficará para daqui uns quinze anos!! Putz, como estarei até lá?
Eis a questão. Mas se estiver vivo com certeza terei dificuldades para ler a bula porque meus olhos já não enxergarão com nitidez. Daí não vou tomar vacina nenhuma, pois não vou arriscar minha vida à toa ...
“A bula de medicamento é um papel que dá para embrulhar um liquidificador, mas que fica entupindo a caixa que mal cabe o dito remédio. É propaganda enganosa que apenas serve para aliviar o peso na consciência do farmacêutico responsável pela droga. Imagine escrito em mandarim!”
Edson Vidal Pinto
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