Italianos e o Churrasco...
Quando criança, íamos passar o final de semana na chácara em São Luiz do Purunã. Me recordo de acordar aos domingos com o sino da igreja soando de maneira extremamente delicada, é algo que até hoje tem um significado. Era chegado o dia do filé de igreja, acompanhado de maionese, arroz, salda de tomate e cebola, farofa e pão.
Bancos e mesas de madeira, pessoas agradáveis, enfim, divertimento garantido, totalmente sem frescura como gosto até hoje.
As igrejas tinham seu próprio salão de festas, onde os churrascos eram preparados.
Estes churrascos eram sempre marinados, para o terror dos churrasqueiros mais conservadores.
Esta marinada é proveniente da região da Renânia, localizada no oeste da Alemanha. Era usada como forma de conservação de carnes bovinas, antes do surgimento dos refrigeradores.
“Numa gamela preparava-se a marinada ou vinha d’alhos, e as peças de carne (os contras-filés com o osso separando a parte da alcatra da parte do mignon) eram submersas no líquido para adquirir sabor e amaciar a textura quando submetidas ao braseiro.
A vinha d’alhos era composta de cebola picada, alho socado, cebolinha cortadinha, noz-moscada ralada, louro em pó, sal e vinagre ou vinho branco. Estes dois últimos podem ser substituídos por suco de limão.
Em Curitiba, temos diversos estabelecimentos que nos proporcionam algo semelhante, cada um com seu sigiloso tempero.
Dentre vários, citarei hoje, um que muito me agrada.
O alcatrão do Restaurante Filé de Igreja.
Filhos de imigrantes italianos da região de Roma, os proprietários se inspiram na tradicional culinária do país da ‘bota’.
Cresceram num ambiente familiar tipicamente italiano: aprenderam a fazer massas e pães com a mãe.
Do avô Alfredo Bellissari, padeiro em Roma quando jovem, herdaram o gosto pela boa mesa e pelo churrasco, isso mesmo, existe churrasco na Itália, onde o tempero é simples e delicioso.
A carne é macia, saborosa, bem temperada e os acompanhamentos (arroz, maionese, cebola, tomate e farofa) são servidos na mesa.
Mesas e bancos de madeira, que remetem aos bons e tradicionais salões das igrejas, onde o churrasco é tradicionalmente servido.
Vale a pena conferir!
Para quem gosta de comer uma deliciosa “orelha de elefante”, em um lugar simples totalmente sem frescura, como eu gosto, bater papo, ouvir boas histórias e tomar cerveja gelada, fica a dica.
Por hoje é isso, e para não esquecer, naqueles botecos que tiverem a possibilidade, façam como eu, peçam NO BALCÃO SEM FRESCURA....
#fui
FILÉ DE IGREJA
Matriz Alto da XV - Rua Professor Brandão, 396 - (41) 3319-3119
Filial Ahú - Rua Euripedes Garcez do Nascimento, 980 - (41) 3538-6222
Tradicionalismo e folclore na Cultura Alimentar Paranaense – Ivan Koch