A Família dos Psitacídeos Está em Polvorosa!
Pois é: quando não é uma coisa é outra coisa. Não há de ver que perturbaram a vida de um dos membros da família dos Psitacídeos? Como pode? Mas é verdade.
E tudo por que a mulher do Geraldo Og Fernandes, Ministro do STJ, lá pelos idos de 2.008, no Recife, ganhou de presente um integrante da família dos Psitacídeos e resolveu legalizar a sua posse a fim de levá-lo à Brasília. E alcançou seu intento.
Então o dito cujo foi integrado à família Fernandes. Desde então tudo transcorria bem, o novo membro da família correspondeu às expectativas do casal adotante, sendo que na Capital Federal ele adaptou-se aos novos ares, passou a falar e também engordar. Gozava da vida que pedirá a Tupã. Mas como ninguém gosta de ver ninguém feliz, certo funcionário da Diretoria de Proteção Ambiental (DIPRO) que por certo dormiu com o pé descoberto, não levou em conta o tempo decorrido e recomendou a apreensão do referido membro dos Psitacídeos, com comunicação ao Ministério Público para processar e condenar os detentores da posse.
E sabem por quê? Pela Lei 9.605/98, animal silvestre só pode ser mantido em cativeiro caso a origem seja um criadouro certificado pelo IBAMA. E no caso o novo integrante da família dos Fernandes não preenchia dito requisito. E o pior: a pena pela infração é de seis a um ano de prisão.
Como estamos no Brasil e o Ministro e sua esposa têm o papel oficial que legaliza a posse do Psitacídeo -, outra solução não existiu que não o Bim ( o Eduardo), presidente do IBAMA, exarar respeitável despacho que abre caminho para a legalização da guarda doméstica de Psitacídeos. Solução que permite controvérsias, mas Salomônica, assentada no fundamento de que Psitacídeos que estejam em posse doméstica há pelo menos oito anos e sem sinais de maus-tratos, jamais se reabilitariam para a condição de selvagem.
No caso In comento o indivíduo sabe até falar sem nenhum erro de português. Depois de ter lido esta notícia no jornal “Agora” de São Paulo, edição de ontem, dei graças a Deus que meu avô paterno é falecido. Por quê? Ele tinha dois membros da família dos Psitacídeos em sua casa, na bucólica Antonina. E digo mais: ambos falavam!
E com absoluta certeza vovô não tinha legalizado suas posses. Explico melhor para não confundir mais: meu saudoso avô Gustavo Vidal Pinto, foi um homem do mar, um marujo da Marinha Mercante, tendo percorrido por décadas os continentes e portos, sendo que na sua época, por não ser exceção adquiriu dois Psitacídeos que podem viver até oitenta anos.
Assim, quando resolveu lançar sua âncora em terra para não mais navegar, levou os ditos cujos para sua casa. O mais velho tinha o apelido de “vovô” e era muito temperamental, pois quando ouvia a marchinha da “Nega Maluca”, ouriçava as penas do pescoço e se não estivesse acorrentado, atacava quem estivesse cantando. E o outro era o “Rubens”, que não era tão velho, mas era surdo.
Naquela época ninguém fiscalizava e por isso meu avô não foi processado e nem preso por crime ambiental. Quando ele viveu, acho que o Bim nem era nascido.
Este foi o fato pitoresco da semana que está terminando, noticiado pela grande imprensa brasileira por não ter o que escrever. Eu também. Ah, a propósito: o papagaio é uma das espécies da família dos Psitacídeos -, claro que você sabia, não é mesmo.
Eu nem deveria dizer...
“Como tudo está em extinção nem os membros da família dos Psitacídeos ficaram de fora da proibição de serem domesticados. Salvo se nascidos em berçário tutelado pelo IBAMA. E com tanta queimada na Amazônia os papagaio libertos que se “virem” para sobreviver. O homem é um predador nato!”
Edson Vidal Pinto.