A Força da Amizade.
É conhecida a frase de que “família ninguém escolhe; amigo nós elegemos pelo coração!” E não é fácil. Nem sempre a amizade é sincera a ponto de perdurar para sempre; são tantos os espinhos que aparecem no caminho, que muitas vezes falta um pouco mais de solidariedade nessa amizade para suplantar os pequenos obstáculos.
Daí é comum dizer que “colegas são muitos e amigos bem poucos”. Ser amigo de alguém nas horas boas da vida, no lazer compartilhado, ao redor de uma mesa farta e quando no trabalho os ventos sopram a favor, mascara o verdadeiro sentimento de amizade. Esta realmente encontra sentido quando sobrevivem as intempéries do relacionamento estremecido pelo uso de palavras inadequadas ou atitudes impensadas.
É perdoando os erros inconsequentes que a amizade dá mostras de ser autêntica. Pois nem tudo na vida é um mar de rosas. O mesmo ocorre nas relações entre humanos. Trair a confiança de um amigo é destilar o fel no vínculo da amizade que jamais deixa de ter o gosto amargo da desilusão. Suficiente para desfazer a mútua camaradagem entre as pessoas.
É na pior hora da vida que a amizade se impõe para sempre. Mãos estendidas, braços abertos e palavras certas são os remédios certos para constarem da receita chamada amizade. A melhor maneira para tirar um amigo do desespero e fazê-lo caminhar para frente. Também os gestos e atitudes são provas inequívocas de amizade. Um exemplo? Li há anos atrás a biografia do Presidente Truman, então Presidente dos Estados Unidos num dos momentos mais trágicos da humanidade: a Segunda Guerra Mundial!
Como sabido, Truman assumiu a presidência em razão da morte de Roosevelt e no exercício do cargo autorizou os lançamentos de bombas atômicas, sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, pondo fim ao conflito. Homem de hábitos simples, pecuarista e casado com mulher que detestava a vida social, viviam sozinhos na Casa Branca e por isso não gozava da popularidade e visibilidade do cargo.
Mesmo assim, tentou ser eleito Presidente. Sem a cobertura da Imprensa as suas chances no pleito era praticamente nula. E para piorar a situação um conhecido gângster fora morto numa caçada policial.
Esse bandido tinha sido amigo de infância e adolescência do Presidente, que decidiu comparecer ao enterro contra a vontade de seus assessores, pois seria um prato cheio para a Imprensa sepultar de vez sua caminhada para a eleição.
Sem dar ouvidos a ninguém Truman foi ao enterro. Para ele homenagear um amigo era mais importante do que ganhar a disputa eleitoral. Isso é ser um amigo de verdade, que preserva a importância da amizade sobre qualquer adversidade.
Feliz é aquele que têm amigos verdadeiros e sabem preservar o valor da amizade como um tesouro que não tem preço. Ah! Para terminar esta crônica, vale referir que apesar da repercussão negativa de seu comparecimento no enterro, Truman acabou eleito Presidente dos Estados Unidos. Os eleitores não olvidaram de sua honradez pessoal...
“O valor de uma amizade não está apenas na empatia; mas nos gestos e palavras exteriorizados nos momentos certos. Ter amigo é ser possuidor de um tesouro de valor incalculável!”
Edson Vidal Pinto