A Greve Nacional da CUT.
Em plena sexta-feira pela manhã encontrei o Prof. Sinfrônio de uma gloriosa Universidade Estadual, que os contribuintes mantêm como elefantes brancos à custa de seus bolsos, tomando sol no Parque Barigui.
- Oi, professor! Veio do interior para a capital, está de férias?
- Não, greve...
- Ué, greve aqui no Parque?
- Ninguém é de ferro, já dei minha presença nas ruas e agora estou aproveitando a estada por Curitiba.
- Em pleno dia útil?
- Ora, meu caro: alguma vez você viu a CUT fazer greve que não seja nos dias úteis?
Sábado e domingo nenhum trabalhador aparece...
- Por quê?
- Sábado é de dia de churrasco com os amigos, correr atrás da bola e assistir jogo pela TV...
- E domingo?
- Assistir o Silvio Santos e levar as crianças ao shopping.
Claro que parece um diálogo destemperado para muitos e motivo para atacar e ofender quem escreveu esta verdade. Não importa: pois esta é a realidade obvia. O direito de greve previsto na Constituição nunca foi regulamentado, pois não interessa nem aos políticos e muito menos aos sindicatos.
Estes têm estratégia aplicável no mundo todo de confundirem o “direito de protestar” com “o crime de fazer baderna”. Sim, porque paralisar transportes públicos de passageiros, interromper o fluxo de veículos nas ruas e fazer piquete para impedir que os não aderentes à paralisação possam trabalhar é típico ato terrorista passível de prisão. De outro viés todo governante têm medo de punir os grevistas, pois só anuncia que vai cortar o ponto dos servidores públicos faltosos, mas no final sempre concordam em abonar as suas ausências.
Claro, não dói nada para eles, pois o dinheiro a ser desembolsado sai todinho do erário público. Interessante que só nos países socialistas e ditatoriais não existe o direito de greve. É fácil de explicar o porquê não é mesmo? É porque lá manda o chicote, a prisão e o expurgo.
E os grevistas sabem muito bem disto. Contudo no agito da baderna sabe quem sofre os maiores prejuízos? Isto mesmo, os empresários da indústria e do comércio que deixam de faturar, mas ficam na obrigação no final do mês de arcar com os salários e demais encargos de lei que os grevistas não abrem mãos.
Toda a greve é um flagelo para o setor produtivo e para o próprio país, pois além de afetar a economia serve de instrumento político-ideológico para que minorias odiosas e insatisfeitas atendam os seus próprios interesses.
O bem da verdade antes de qualquer greve deveria existir controle de negociações no âmbito na Justiça do Trabalho até à exaustão, para daí sim, possibilitar o protesto público como última consequência. É descabido que a CUT através de seus lideres simplesmente dite o dia e a hora de uma greve de nível nacional sem existir maiores fundamentações e esclarecimentos à opinião pública, pois na verdade a intenção única é disseminar ódio e impor estado de guerra ao povo trabalhador.
Na greve de ontem existia uma parafernália de pretextos para orquestrar a marcha dos inocentes úteis: começando pela oposição a chamada reforma da Previdência Social, passando pelos gritos histéricos do “Lula Livre” e terminando com o pedido de Impeachment do Presidente da República. Pode? Grevista acha que pode porque nasce da cabeça de suas lideranças.
Para eles é o que basta. Ninguém está negando o “direito” de greve, mas esta não pode nunca se sobrepor aos interesses Nacionais. E greve não é abuso: quem se esconder atrás de um capuz para depredar patrimônio público ou particular tem que sofrer a devida censura penal.
A democracia não se apieda daqueles que querem ter apenas direitos e esquecem-se de suas obrigações com a lei e a ordem. Somos um país que tem sindicatos de mais para abrigar diretorias ociosas que só incitam ofensas contra as autoridades e pregam a desarmonia social.
Enquanto eu pensava sobre o tema vi ao longo do trajeto do parque Barigui o Tônico, o bancário inconformado, que também aproveitou o dia de greve para fazer sua caminhada. Mas não ousei perguntar nada para ele, pois sei que ele é militante e partidário do PT. Dei meia volta e voltei para casa, pois não quero perder o bom humor e nem ouvir impropérios. A arma dos ignaros. E sabe por quê? Porque não comungo com greve sem propósito justo. Ademais sempre trabalhei e nunca tive tempo de perder com reivindicações pífias...
“A greve orquestrada pela CUT tem tantas vertentes que é difícil decifrar se alguma reivindicação procede. A intenção aparente nem sempre é aquela que o povo pensa que é; pois são tantos gritos de protestos que nem em Cuba eles encontram eco. Aliás, greve em Cuba é direito que socialista desconhece!”
Edson Vidal Pinto