A Imoralidade do Século
Eu trabalhei no Ofício Público dos 14 aos 70 anos de idade para me aposentar, recebo os proventos que fiz jus pela minha dedicação ao trabalho, sem nenhum privilégio e tudo por conta dos serviços que prestei ao Estado do Paraná e aos jurisdicionados, descontei sempre a previdência pública mesmo agora na condição de inativo para fazer jus ao meu salário. É claro que fiquei estarrecido quando pessoas idosas, donas de casa e trabalhadores rurais obtiveram igual direito (aposentadoria) sem nunca terem contribuído para a previdência pública, contudo, assimilei sem muita estranheza quando entendi que foram medidas justas do governo, para atender o aspecto social das mesmas a fim de lhes dar uma vida mais condigna. Porém o que tenho atravessado na garganta é a imoralidade de certas aposentadorias, de indivíduos que foram eleitos para terem mandatos e exercerem eventualmente cargos públicos, e apenas por isto são beneficiados pelos atuais inquilinos do STF para terem aposentadorias vitalícias. Eu com o maior deboche digo que são ungidos iguais aos dependentes da chamada “Bolsa Família” pois estes são equiparado aos servidores públicos, com a vantagem de que recebem sem trabalhar, nem descontar a previdência e ao que parece de maneira vitalícia. Sem nenhuma contraprestação. Um típico assistencialismo petista. Conta paga pelos contribuintes, com reajustes anuais em percentuais superiores aos funcionários públicos, constituindo um grupo de “pobres” privilegiados por serem pobres. E os novos beneficiados com aposentadorias imorais? Estas são dos governadores e vice-governadores sem nenhum vínculo trabalhista com os respectivos estados, que ganham aposentadorias imorais concedidas sem nenhum critério de isonomia com os demais funcionários públicos. Na semana passada o glorioso Tofoli, monocraticamente, concedeu à Cida Borgueti, que na condição de Vice-Governadora ocupou por seis ou sete meses a governadoria do Paraná, a dita cuja famigerada aposentadoria vitalícia. Um escárnio para não escrever um palavrão. Pois bem, na última semana a 2a. Turma do STF, por maioria de votos, concedeu dita aposentadoria vitalícia ao nobre Vice-Governador do Mato Grosso, Moisés Feltrin, por ter ocupado há oito anos atrás o cargo de Governador daquele estado pelo estafante período de 33 dias. E por isto fez jus a tão precioso reconhecimento pelos relevantes trabalhos prestados a população daquele estado. Mas o “presente” não ficou apenas nisto, pois os “ministros” concederam, também, o direito do beneficiado receber os salários dos anos não recebidos, com juros e correção monetária. Uma imoralidade ao quádruplo! Parece mesmo que os atuais ocupantes do STF não tem jeito, são pródigos ou imorais, porque nada justifica concessões tão absurdas. É por isto que o Luiz Ignácio faz de tudo sem merecer nenhuma censura, pois sabe que conta com a lealdade irrestrita de “servidores públicos” do STF como seus capachos, sempre prontos para lustrar seus sapatos…
“Aposentadoria vitalícia para quem só exerceu cargo eletivo no Ofício Público, não é ético e nem moral. Só num país com o Judiciário em total descrédito possibilita o reconhecimento destes absurdos. Pura verdade.”