A Saga Continua.
Ontem, 21 de setembro de 2.017, quinta feira. Brasília - DF.
Acordei com disposição ' e logo sai do hotel para minha tarefa diária. Nem me lembrei de tomar café porque queria desde logo encontrar o Lula, secretamente, num bar do lago Paranoá. Foi ele obviamente que escolheu o lugar. Cheguei de Taxi.
A porta do boteco estava semiaberta e o seu proprietário estava atrás do balcão espantando algumas moscas que infestavam o ambiente. Era um lugar sujo e nenhum pouco recomendável.
Quase desisti de entrar quando ouvi alguém chamar:
- Entre querido, eu estou aqui nos fundos, numa mesa reservada!
A voz era inconfundível e não tive dúvida que era o "molusco". Embora acanhado fui entrando no boteco até o lugar em que vinha aquela voz. E dei de cara com o Lula. Um homem amargo e velho que parecia a figura de um ditador em véspera do desterro.
- Bom dia (cumprimentei sem entusiasmo).
- Sente aqui. Quer uma Brahma bem geladinha?
Olhei o meu relógio que estava marcando 08h00min horas da manhã. Senti um gosto amargo subir na minha boca.
- Não, obrigado!
- Não mesmo?
- Um cafezinho...
- Faz mal, cuidado, pois tem cafeína. A Brahma é diurética e ajuda os rins...
- Não quero!
E após vinte minutos de discussão ele aceitou que eu tomasse um cafezinho preto.
- Meus queridos, preciso de um favor de você, por isso marcaram este encontro.
- No que eu posso atendê-lo? (Perguntei desconfiado).
- Você conhece o Moro, quero que você peça pra ele parar de me perseguir!!
- Quem disse que eu o conheço?
- A companheira Gleisi.
- Mas eu não conheço!
- Você não é Juiz no Paraná?
- Sou! Mas não conheço o Moro!
- Pombas, a Gleisi me informou errado. Desculpe-me.
- Tudo bem.
- Mas, mesmo assim você não aceita um copinho de Brahma? Está bem geladinha e no ponto!
- Não! Mas posso fazer uma pergunta?
-?
- Quer vender o tríplex?
- Tá louco? Foi a finada que comprou não eu!
(E deixou o recinto com o copo na mão!).
Fiquei sozinho e com raiva. E como estou em Brasília e ninguém é de ferro, antes de deixar o boteco gritei para o balconista:
- Ô, meu?! Salta uma Brahma, bem geladinha, por favor?
E assim passou o dia e a tarde na terra do JK! Cheguei ao hotel e dormi com delírio alcoólico. Ainda bem que amanhã é o último dia que fico aqui, com uma programação bem diferente...