A voz da verdade
Em um país onde falar a verdade soa como injúria, difamação e calúnia; porquê nenhuma autoridade pública admite e nem aceita ser censurada por seus erros, neste mesmo diapasão a imprensa cumpre o seu papel de desinformar e confundir a verdade dos fatos, porquê lhe interessa o governo que assolapou o poder. Há muito tempo atrás o princípio de autoridade foi sendo deslustrado por homens e mulheres que no exercício de suas funções públicas, não sabem se impor e sim primar por condutas populista sem resguardar minimamente a responsabilidade do cargo. É sabido que para exercer a autoridade o titular não precisa ser grosseiro, despótico e nem temido; basta tratar as pessoas com urbanidade, ética e com a verdade ao deu lado.
Ora, conjugando a falta de autoridade com a desinformação da imprensa é forçoso reconhecer que o povo brasileiro não acredita em nada e em ninguém, ficando cético como São Tome: quer ver para crer.
Pois a verdade está oculta nos sofismas e artimanhas de um bom “papo”. E ninguém melhor do que o Luiz Ignácio para falar mentira em forma de verdade e nem a imprensa para incutir a mentira distorcendo a verdade. E a burla da palavra cínica e da falsa verdade é voz corrente nos corredores do Parlamento, nos julgamentos do STF e nas luxuosas salas do Palácio do Planalto. O povo nunca sabe quando a autoridade está ou não falando a verdade, tal o descrédito pela falta de conduta moral dessa gente. Mas como sempre acontece nas piores crises que um país atravessa, motivadas pela incerteza de saber que rumo tomar e em quem confiar, de repente, do nada, surge a voz de alguém bem intencionado que enxerga longe e fala com destemor dentro do próprio ninho dos hipócritas e soberbos para lhes dizer uma verdade lapidar: “ Vocês são as pessoas mais odiadas deste país!” E no ambiente protocolar em que ele estava, pois defendia na tribuna do STF os acusados de quererem derrubar através de depredações de prédios públicos em Brasília no episódio de 08 de janeiro que foi fomentado pelo próprio governo federal, a deposição de um presidente “legitimamente” eleito. Uma farsa jurídica pois 1.150 presos na ocasião não poderiam nunca encabeçar um cataclisma interno no país, apenas com depredações e sem armas para lutar. O povo na modernidade sem contar com o apoio militar não derruba governo nem aqui e nem na Venezuela. O autor da oratória que surpreendeu o país foi do então desembargador, hoje advogado dr. Sebastião Coelho, um profissional digno que cansou das mentiras e deu um basta ao silêncio de sua própria consciência. Falou e disse para aqueles que teriam de ouvir , sem interrupção, a verdade e nada mais do que a verdade. E seu pronunciamento lavou a alma dos brasileiros, que devem deixar suas letargias de lado para falar, escrever e reagir contra a petulância das autoridades dos três poderes que estão fazendo ruir a democracia brasileira, sem freios e nem pudores. Nesta semana a OAB do Paraná saiu de seu casulo para criticar a decisão do Toffoli que anulou todas as delações premiadas da Odebrecht no processo da Lava Jato, merecendo aplauso dos cidadãos de bem. E tomara que doravante outras vozes ecoem pelo país afora para denunciar apenas a verdade do que está acontecendo , nada mais, pois ela sim (a verdade)poderá ser o rastilho de pólvora capaz de colocar o Brasil nos eixos…
“Falar, escrever e divulgar por todos os meios de comunicação possível apenas a verdade do que está acontecendo no país, poderá ser a “arma” que poderá despertar a consciência do povo e dos aquartelados. Pois nada é mais poderoso e temido pelos déspotas, do que a verdade cristalina.”