Aconteceu no Império Romano.
O calendário pendurado no armário da casa de um gentil marcava o ano 789, AC. No Senado Romano uma sessão terminara depois do grande orador Cícero no seu discurso arrasar o adversário da República, o odiado ladrão, Barrabás.
Este, embora preso nas masmorras do palácio, amargava o pior período de ostracismo de toda sua trajetória política. Nem como sindicalista e arruaceiro tinha sido tão ultrajado. Fora referido no discurso como “abusador da paciência alheia”, “traidor”, tudo seguido por uma ladainha de adjetivos pejorativos.
Os senadores na grande maioria ovacionaram Cícero, menos o dissimulado senador Robertus Requião que ficou calado e de braços cruzados, consolado por seus colegas Gleisi Amantis e Lindemberg Fajutus. Furiosos, “forças ocultas” resolveram agir de outra maneira e após convencerem Brutus, filho bastardo do Imperador Nero, o mesmo usando de uma faca acabou assassinando o próprio genitor.
Vagou assim o cobiçado cargo de Imperador de Roma. Logo apareceu um centurião, que aglutinou forças para ser alçado ao trono, pois era um capitão da guarda que lutara na Galia e desfrutava de espírito patriótico e disposto a combater a corrupção que corroía o império, por culpa do referido prisioneiro.
Este aconselhado por Dirceu, irmão mais novo de Judas Scariotis, mandou chamar o criador de camelos, de nome Haddad, que morava em um casebre na beira do rio Rubicão, para comparecer na masmorra. Fingindo ser um missionário da Ordem dos Padres Dominicanos, Haddad convenceu o superintendente da polícia federal responsável pela clausura a entrevistar-se com Barrabás, também conhecido nos bairros e casas suspeitas pelo codinome de “Luiz Ignácio”.
Este então lhe incumbiu:
- Companheiro Haddad, você vai concorrer na eleição para ser o próximo Imperador!
- Eu? Tem certeza?
- Claro que tenho...
- Por quê?
- Porque você foi péssimo prefeito de Verona, roubou e deixou roubar, portanto preenche todos os requisitos do partido...
- Obrigado, sê eleito vou lhe conceder o perdão judicial e o Senhor será meu Chefe da Casa Civil!
E assim, ungido pelo ganancioso Barrabas, Haddad iniciou sua campanha política. Os jornalistas foram os primeiros a serem contratados pelo partido politico, bem como, os institutos de pesquisas.
A rede Globus foi aquinhoada com dinheiro vindo das Índias, então paraíso fiscal. Pelo gráfico o Haddad iria para o segundo turno com o centurião. Mas na medida em que a eleição se aproximava o militar dava a impressão que estava “arrebentando a boca do balão”, embora nas pesquisas de voto nunca pudesse chegar lá.
Porém, a quatro dias do pleito, as pesquisas abriram um leque de prognósticos, dando conta que o candidato centurião estaria virtualmente eleito no primeiro turno.
- Como?! - esbravejou Barrabás.
Foi o dono do Ibopulis que teve de explicar:
- Chefe, é o seguinte: o Centurião chegou a trinta e quatro por cento da preferência dos eleitores e como os indecisos são apenas da classe média e as pessoas estudadas, obviamente ele terá mais de cinquenta por cento dos votos!! Está explicado?
Não se ouviu mais nenhuma palavra. Barrabás emudeceu. O mundo caiu em sua cabeça. Mas de repente ele conseguiu balbuciar a frase:
- Superintendente, mande chamar o Dirceu!
No dia seguinte, dentro da masmorra, Dirceu ouviu a queixa de Barrabás:
- Companheiro mande matar o centurião!
- Não será possível...
- Por quê?
- O homem parece gato, tem sete vidas!
- Pô, então tamos... (palavrão).
- Tamos! (Arrematou Dirceu).
E o centurião foi eleito no primeiro turno. O Império prosperou por mais alguns séculos, com glórias, riquezas, um povo feliz e os corruptos fugiram para Cuba. Porém certo dia, assumiu no STF um tal de Gilmar...
Ops, Ops, estou confundindo alhos com bugalhos. Esta é outra história acontecida séculos depois, em um país chamado Brasil. Se me pedirem, até posso contar, Porem em um outro dia qualquer ...
“É importante conhecer bem a História. Os fatos se repetem; mudam os lugares e os personagens.Porém, em todas as épocas existem os dissimulados, corruptos , heróis e salvadores da pátria. E eles todos se revelam do dia para a noite!”
Edson Vidal Pinto