Adeus Besourinho.
O mundo ainda não se deu conta que a Volkswagen anunciou na última quarta-feira (10), que não vai mais fabricar o famoso sedan conhecido como “fusca”, lançado na II Guerra Mundial para ajudar a locomoção de soldados nos desertos africanos.
Depois de encerrado o conflito ele foi à coqueluche de gerações que o elegeu como meio de transporte mais barato, eficiente e cujo motor não tinha segredo para ser consertado. O Fusca foi feito no Brasil desde os anos 50 até sair de produção em 1.986. A pedido do então Presidente Itamar ele voltou em 1.993 e ficou entre nós até 1.996, quando sua fabricação original foi transferida para Puebla, México e viveu até 2.003.
Montado sobre a plataforma do Golf, com modelo mais sofisticado e chamado de “novo fusca” ele ressurgiu em 1.997. Em 2.011, na terceira geração, a Volkswagen se preocupou em aproximar o visual do carro com o fusca original, tanto que voltou o usar o nome tradicional. Mas, o modelo nada mais tinha de popular, com motor 2.0 turbo de 220 cv de potência, o carro custava mais caro e era um típico cupê esportivo.
Via de consequência foi um fracasso de vendas. Motivo pelo qual deixou agora de ser fabricado. E a pergunta que não quer falar: quem não teve um ou mais fusquinha em sua vida? Eu não sou exceção. Quando casei há quarenta anos levaram minha noiva de fusca na lua de mel, vencendo estradas de macadame, lama e asfalto.
Foi uma viagem que não faltou imprevisto quando soltou um parafuso que prendia o cano de escape no carro, mas que a cinta de couro da minha calça, não tivesse resolvido o problema.
E quem viajou pelo interior do Paraná quando o asfalto era apenas um acalentado sonho, testemunhou a valentia do carro alemão que atravessava lamaçal e alagados como nenhum outro veículo. O fusca chegava onde nenhum outro carro conseguia chegar.
Quando das minhas andanças de Comarca em Comarca o Fusca era o meio de transporte mais usado, além do mais tinha um coração de mãe porque cabia toda a família, empregada, cachorro e bagagens sem nunca esmorecer.
Mas com a modernidade e pluralidade de marcas e modelos o Fusca perdeu espaço na competitividade. Foi bom enquanto durou, prestou relevantes serviços numa época em que as ruas e estradas não estavam e nem tinham muitas condições de trafegabilidade.
É agora chegado o fim de uma era; quem pode usufruir o besourinho sentirá saudades, os mais jovens com certeza poderão apreciar os seus modelos em exposições e eventos de clubes de carros antigos...
“O Fusca nos anos cinquenta e sessenta era o desejo de consumo de nove entre dez brasileiros. Era o carro mais almejado e pretendido porque tinha autonomia e não havia tempo feio que o impedisse de chegar no lugar pretendido. E agora saiu de fabricação. Ele ficará na memória de muitos e com certeza será o eterno sonho dos colecionadores!”
Edson Vidal Pinto