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Set16

Antonina de minha infância

Categorias // Flagrantes do mundo jurídico - Por Édison Vidal Lidos 764

Uma das primeiras cidades do Paraná e que teve o seu principal porto, a tradicional cidade de Antonina, é um paraíso para os olhos com seus casarios centenários, o relevo de seus morros e a brisa sempre quente vinda do mar. Nela o conde Matarazzo com sua visão de empreendedor construiu um atracadouro e armazéns para depositar as mercadorias de suas empresas de São Paulo, casa do administrador e tudo no melhor estilo europeu da época.

Quem nunca foi de trem não sabe avaliar o que representava a chegada da composição ferroviária puxada pela velha Maria Fumaça e seu vagão de lenha e carvão, apitando várias vezes para anunciar a sua chegada e chamar os curiosos para a plataforma da estação na esperança de poderem encontrar um parente ou conhecido vindo da Capital. Todas as casas tinham portas que davam para a rua e que sempre ficavam abertas, mesmo a noite para ventilar, pois não existia ladrão nem quem ousa-se entrar sem convidado:

- Óh, de casa! - gritava o visitante na porta escancarada da casa.

- Entre meu amigo, entre que a casa é sua. - respondia o proprietário.

Diz a lenda que o “capelista” não gostava de atender visitas que chegavam na hora do almoço para não repartir a comida, por isto na mesa de refeições tinham gavetas que eram usadas para os moradores esconderem o prato e assim enganar o visitante. Claro que isto não passa de folclore, mas garanto que lembro das gavetas na mesa de refeições na casa de meu avô Gustavo Vidal Pinto. Meu avô paterno de origem portuguesa era da Marinha Mercante quando se radicou na cidade e depois de casar com minha avó Hanna Maria (morretense), tiveram dois filhos o Benedito (que faleceu jovem com vinte anos de idade) e meu saudoso pai Bernardo Vidal Pinto, que perdeu a mãe no trabalho de parto. Meu avô voltou para o mar e meu pai foi criado por um “padrinho” na cidade de Mafra - SC.

O reencontro de meu pai com meu avô ocorreu quando ele tinha quinze anos de idade e o meu avô resolveu morar definitivamente na cidade. Lembro muito bem quando meus pais saiam de Curitiba com minha irmã e eu para visitar meu avô em Antonina, a viagem era de trem e foram momentos preciosos de minha existência quando na chegada do trem na estação o meu avô me agarrava nos braços e me tirava da janela do vagão dando um abraço tão apertado que chegava a tirar o meu fôlego. Lembro destes braços como sendo uma relíquia que guardo na memória. A casa de meu avô era de material e ficava atrás da Igreja de São Benedito, a rua era de areia branca e conchinhas, bem larga, com um pequeno parque público na esquina onde tinha brinquedos para as crianças.

Vovô então era funcionário da Prefeitura e o fiscal do mercado, local que eu mais gostava de ir para comer bolinho de camarão e bolinho de banana da terra.
No local. Tinha um trapiche de madeira que adentrava pela baía de Antonina, com suas águas tranquilas e dezenas de canoas de pescadores que chegavam para vender tudo o que o mar ofertava: peixe, camarão, caranguejo, siri, ostra, além de frutas que eram colhidas em suas propriedades nas ilhas mais próximas. Carambola, mimosa, laranja lima, jabuticaba, banana de todos os tipos, mel, melado e rapadura.

O comércio era intenso. Era gostoso ouvir de manhã bem cedo o “toc”, “toc”, “toc” dos tamancos usados pelos pescadores quando percorriam as ruas de paralelepípedo, levando cestos de frutos do mar para venderem aos seus fregueses. Depois que eles passavam a calma e o silêncio voltava a reinar. E não faltava escalar o “Morro do Bom Brinquedo” para depois tomar água gelada que saia da bica “da Santa”. E tinham três passeios obrigatórios: rezar no Santuário de Nossa Senhora do Pilar, padroeira da cidade, percorrer o bairro da Graciosa para sentir o frescor do vento que varria a região mais alta do lugar e visitar a Ponta da Pita, um lugar paradisíaco pelo cenário de toda a baía e que dá para enxergar ao longe o movimento dos navios no Porto de Paranaguá.

Ah, que bela cidade é a pacata e bucólica Antonina -, berço da civilização paranaense e de gente boa e trabalhadora. Tem a bandinha lírica que se apresenta nos momentos mais importantes e cívicos da cidade; e tem o tradicional bloco dos Apinajés que desfila imponente no carnaval mais animado do nosso estado. Vale a pena descer um final de semana, comer deliciosos frutos do mar, um típico barreado e desfrutar das belezas naturais do nosso litoral.

Li há poucos dias que até o trem está percorrendo os trilhos entre Morretes e Antonina, saindo da estação rodoferroviária de Curitiba. Vale a pena descer para Antonina; minha saudade é tanta que fecho os olhos e chego a sentir o abraço amado do meu inesquecível avô, antes do trem parar na estação ... 

“Tem imagens da infância que ninguém esquece, não importa quanto tempo passou, pois ela fica viva na memória. No outono da vida é sempre bom lembrar dos momentos que são nossos, exclusivamente nossos, para compartilhar com quem mais gostamos.” 

Edson Vidal Pinto

 

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Blog da Bebel

O curitibano Alexandre França retorna aos palcos da capital após 6 anos

Um dos nomes de destaque da cena de compositores da cidade, Alexandre França volta aos palcos da cidade para uma única apresentação no Wonka bar, dia 15 (terça), após um hiato de seis anos, dentro do projeto Porão Loquax. No show, França vai mostrar seu repertório novo, misturado à alguns clássicos de seu repertório, como “Inverno” e “Mercadoramama”. Ao seu lado no palco estarão os músicos Mauro Castilhos (percussão), Cláudio Rombauer (baixo) e Gilson Fukushima (guitarras), além da participação especial de Nati Bermúdez.

 

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Thayana Barbosa finaliza temporada do projeto 

No palco do simpático teatro José Maria Santos, na região central de Curitiba, a cantora e compositora Thayana Barbosa encerra a temporada do projeto Toda Pele – Escola no Teatro. Pensado cuidadosamente para dar a estudantes a oportunidade de vivenciar uma experiência completa de assistir a um show musical com todos os detalhes que uma produção profissional oferece, o projeto começou em 2024 e lotou os teatros Cleon Jacques e o Paiol, com um total de público próximo de mil pessoas.

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Academia Feminina de Letras do Paraná dá posse à escritora Bebel Ritzmann

Nesta sexta-feira (21.02),  a Academia Feminina de Letras do Paraná realizará uma cerimônia especial para empossar a escritora Bebel Ritzmann, que passará a ocupar a Cadeira nº 6. O evento está marcado para às 15h, no Teatro Chloris Casagrande Justen, em Curitiba, e reunirá amantes da literatura, admiradores da autora e representantes do meio cultural.

 

 

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Flagrantes do Mundo Jurídico

Abominável Violência

A crescente onda de criminalidade que tomou conta do país só não é sentida por quem nunca (ainda) sofreu na pele o dano psíquico ou a dor física da brutalidade, pois as sequelas causadas nas vítimas, são de consequências imprevisíveis. E digo isto por conhecimento próprio. Foi num sábado pela manhã, do mês de janeiro (década de 1.970) na praia de Copacabana - RJ, quando em férias com a família, eu e meus dois filhos (estes menores de idade) fomos assistir um jogo de futebol entre jogadores famosos, bem próximo do Posto 5, imediações da rua Santa Clara com a Av. Atlântica, enquanto meus meninos ficaram próximos da calçada eu resolvi assistir do outro lado do campo de areia, perto do mar.

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A Matinê do Cine Ópera

A gurizada aguardava ansiosa a chegada do domingo pois as 10 horas da manhã no Cine Opera, localizado na menor avenida do mundo a Luiz Xavier, começava a sessão de desenhos animados com uma hora e alguns minutos de duração. Devem lembrar disto, quase com certeza, dos sessentões em diante, época em que os filmes de desenho, como, também, os de faroeste americano eram os preferidos do público de todas as idades.

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Onde Vai o Dinheiro?

Quem neste país não gostaria de saber para onde vai a receita arrecadada pela diretoria brasileira da Itaipu Binacional? Pois é, este é um mistério que poucos sabem, mas com certeza muitos usufruem. E tudo sem uma explicação razoável, porque a receita devida ao governo brasileiro não é fiscalizada pelo TCU. A dita cuja empresa é a verdadeira casa da Mãe Joana, o diretor e demais comissionados podem livremente e a bel prazer destinar o dinheiro arrecadado para quem o governo federal quiser, ou a diretoria decidir, pois os integrantes do Conselho que têm o dever de aprovar referidas contas são pessoas nomeadas pelo próprio Presidente da República, portanto ganham muito bem para ficar de olhos e bocas fechadas.

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No balcão sem frescura

Não poderia ser outro!

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Viajar de carro no Brasil

Cada vez mais as road trips são um novo segmento de destaque entre os Brasileiros. O resgate de viajar de carro é poder explorar e conhecer sem pressa os encantos de cada região

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Com esses dias frios, nada como comer bem. A dica de hoje é uma tradicional receita do litoral Paranaense: o barreado. Mas nem só em Morretes, podemos degustar essa maravilha e por isso mesmo listamos algumas opções locais imperdíveis

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Chope nas alturas

Sim, a notícia mais comentada da semana no setor de Turismo, depois das Olimpíadas, foi a divulgação da companhia aérea holandesa KLM que a partir de agosto, passará a servir chope de barril em seus voos

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Curso: designer de sobrancelhas, um mercado promissor e rentável

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