Arte: Deleite do Belo.
Sentado no sofá e sem fazer nada, deparo com um quadro do Kruger colocado na parede da sala de visita do meu apartamento. Nele está retratado um trecho de uma pequena floresta, tendo na frente um lago, com um empertigado Pinheiro no fundo refletido sobre as águas, no ocaso de mais um dia.
A imagem daquele remanso atrai instintivamente meus pensamentos para aquele local imaginário legado pelo artista, através de sua obra. Louvo nesse momento o espírito criativo do ser humano, ungido pelo Criador para embelezar e dar vida, através de tintas coloridas o mundo em que vivemos.
Felizes àqueles que apreciam a arte em todas as formas e meios de expressões criativas, a dança, a música, os livros, as poesias e os que sabem interpretar todas as demais nuances exibidas por meios de traços, riscos, rabiscos, acordes e nebulosos amontoados de sombras. Não importa o estilo e sim a leitura que a mente e o coração de cada pessoa absorve para deleite da alma.
A arte em toda sua extensão encontra definições díspares, tem pluralidade de caminhos e opiniões discordantes. Cada indivíduo aceita e interpreta a criação humana com os olhos e ouvidos do coração. Todo o artista tem um lugar reservado na História e se destaca, cedo ou tarde, no ciclo de sua existência.
Deve ser gratificante quando o artista é reconhecido ainda em vida e pode usufruir de seu prestígio. E os que não são festejados, vivem para sempre através de seus legados e acervos que se transferem de geração a geração.
O criador de moda: o estilista; o arquiteto, o grafiteiro; o projetista; o confeiteiro e até o ilusionista encontram lugar nessa enorme galeria de pessoas que fazem da arte criativa seus projetos de vida. E nós, simples mortais, temos o privilégio de usufruir dessas preciosas partículas da criação, chamada arte.
Deixo minhas elucubrações de lado e volto meus olhos para o quadro da parede. Minha imaginação que desde o início me transportara para dentro daquela paisagem, também me fez sentar sob a réstia estreita da sombra do pinheiro que reflete sua silhueta no lago. Sinto então a brisa fresca do final de tarde soprar levemente no meu rosto. Fico imóvel, deixo o tempo passar ao meu lado e a felicidade me envolver como a escuridão da noite que se aproxima daquele belo palco.
Então olho para o alto e agradeço a Deus pelo artista que eternizou essa tela e me deu o especial privilégio de poder sonhar...
“Deus proporcionou às pessoas o livre arbítrio e o dom imaginativo de criar. Todo o artista é um ser ungido que nos proporciona o único meio de sonhar, com os olhos abertos!”
Edson Vidal Pinto