Assistencialismo obtuso
Não se pode querer mudar a mentalidade de um povo que não seja através da educação, do ensinamento responsável que possa levar os indivíduos a pensar. Quem não tem conhecimento mínimo dos fatos que acontecem e do planeta onde habita não sabe distinguir o certo do errado, porque sua percepção das necessidades prioritárias para alcançar a qualidade de vida é mera fantasia. Nunca entendi sobre o assistencialismo estatal que procura dar ao pobre grande reserva de dinheiro público sem distinguir aquele que luta com dignidade e é tecnicamente excluído das políticas públicas, daqueles outros que são pobres porque nada fazem para sair da miséria.
Eu explico melhor: um chefe de família que puxa diariamente carrinho de material reciclável pelas ruas, com sol ou chuva, para alimentar sua prole e mora num barraco improvisado em terreno de posse, não pode jamais ser comparado com o ocioso que dorme nas ruas, sob marquises de edifícios, pedindo esmolas e sem querer trabalhar. Há que diferenciar aquele que quer ser útil daquele que não tem compromisso nenhum de como viver.
Quem merece o direito de ter uma casa para morar e receber os benefícios de um financiamento diferenciado pela Caixa Econômica Federal: uma empregada doméstica que sustenta a família porque o marido não ganha o suficiente; ou um homem que não preserva seu emprego e vive levianamente com mulheres diferentes e paternidade irresponsável? Olhar o pobre como pobre sem avaliar o porquê de seu estado de miserabilidade é prestigiar os ociosos e contribuir para uma casta de indivíduos nocivos.
A assistência social do Estado deve agasalhar os excluídos, ou seja, àqueles que querem progredir e alcançar uma vida com dignidade -, mas não os vadios. Estes devem receber a reprimenda da Lei, tal como eram tratados pela Lei das Contravenções Penais e instados ao trabalho. E por que este comentário tão indigesto e até certo ponto discutível em pleno domingo? Porque a Nação brasileira está gastando um dinheirão para destinar auxílio às pessoas menos favorecidas a fim de que estas possam fazer frente às suas necessidades básicas de sobrevivência e dignidade.
E não é fácil para o Ministro da Fazenda separar no orçamento público um valor mensal para essa destinação. Gasto não previsto no Orçamento, logo, dependente de remanejamento e represamento de gastos e de material de custeio. Quando foi anunciado que o auxílio era de R$ 600,00 o impacto da notícia soou como um deboche para o povo por aparentar quantia irrisória, porém a realidade foi outra quando filas intermináveis foram formadas nas portas das agências da Caixa Econômica mostrando que o valor minimizava a situação aflitiva de muitos desempregados.
E dentre estes foram incluídos no rol de beneficiários os ociosos e os inconsequentes. Este últimos representados em grande quantidade, ou seja, dinheiro que se esvaiu no ralo. Soube de quem recebeu o auxílio e usou para comprar caixas de cervejas; outro viajou para a praia; e uma mulher aproveitou para fazer tatuagens no corpo. Por quê? Por faltar a educação como base para despertar o senso de cidadania e valorar que é um dinheiro arrecadado dos contribuintes.
Portanto para o Brasil encontrar o seu rumo certo é imprescindível que os governantes invistam na educação básica ensinando as crianças e os jovens a pensar, refletir, valorizar a Pátria, acreditar em Deus, respeitar as leis e na força do trabalho. É através desta geração que futuramente brotará o espírito público, a cidadania e um Brasil com menos diferença social e menor número de desocupados ...
“O Governo tem o dever de assistir as pessoas que são excluídas de suas políticas públicas; jamais os ociosos que perambulam pelas cidades, sem eira e nem beira e nem querem trabalhar. É injusto comparar em uma mesma situação àqueles que querem assumir responsabilidades, mas não encontram oportunidade; daqueles que não querem nada com nada!”
Edson Vidal Pinto
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