Até Governar Ficou Fácil
Ontem o difícil para qualquer político era Chefiar o Poder Executivo dos estados, pois era uma missão espinhosa que precisava contar com uma equipe de bons e qualificados secretários para serem os executores das políticas públicas e de um excelente técnico com visão realista para gerir a Pasta da Economia.
E tudo era feito às claras inclusive quando concedido aumento ou reajuste dos salário dos comissionados e funcionários concursados dos três Poderes era publicado uma tabela no jornal “Gazeta do Povo”, onde os leitores podiam saber quanto cada um ganhava sem nenhum mistério ou subterfúgio. Dessa relação estavam incluídos os Magistrados, agentes do Ministério Publico, Conselheiros do Tribunal de Contas e Deputados Estaduais.
E não havia como ludibriar os servidores públicos empurrando o aumento ou o reajuste de salários para o ano seguinte, porque a greve era mera consequência. No âmbito da Secretaria da Educação a luta de seus líderes para valorizar os profissionais do Magistério era permanente e sempre recebiam apoio das outras categorias de funcionários. E foi assim até a CUT entrar no meio do professorado e cooptar suas lideranças.
As reivindicações então passaram a ser mais exigentes e de cunho ideológico. Também não era nada fácil para qualquer governador ficar alheio aos problemas da Segurança Pública e do Sistema Penitenciário, duas áreas sensíveis em que o povo assustado pela onda crescente de criminalidade e insegurança nas cidades , bem como, com notícias de graves rebeliões de presos em unidades prisionais cobravam publicamente soluções efetivas sempre contando com a irrestrita colaboração da Imprensa que colocava a boca no trombone.
As costumeiras Invasões de terras produtivas, ocupações de áreas devolutas e assaltos arrojados estremeciam os pilares do governo. E os sindicatos não deixavam ninguém em paz. Porém estes tempos ficaram para trás. Hoje ser governador de estado é light porque a pandemia da COVID afastou a necessidade do governo reajustar salários a pretexto de que o fechamento do comércio comprometeu a arrecadação e tornou impossível atender o funcionalismo.
Ademais os salários foram indexados pois quando uma categoria tem reajuste o efeito em cascata se desenrola sem dó e nem piedade. Tudo obra de decisões do STF, Do CNJ e CNMP além, é claro, da Constituição Cidadã. É um efeito gerador que vem de cima para baixo.
No entanto, enquanto isto não acontecer , dá para criar como no estado do Paraná centenas de cargos em comissão e outros cargos de provimento efetivo absolutamente desnecessários para atender alguns privilegiados sem nenhuma oposição de quem quer que seja. E os crimes , a violência e insegurança pública são questões que não atingem mais os tímpanos do governante e muito menos de seu Secretário de Segurança Pública, pois nem Imprensa existe para cobrar soluções.
A preocupação nuclear do jornalismo é meramente político e de combate ao governo federal. Um assalto como ocorrido em Guarapuava teria derrubado não apenas o Comandante da Polícia Militar como o Secretário, pelas declarações obtusas e inverídicas de que teriam tomado medidas antes do acontecido e por isto a ação criminosa foi frustrada. Mentira deslavada porque grande soma (não tudo) de dinheiro foi levado pelos bandidos. O Comandante do Batalhão que desde o início falou a verdade caiu em desgraça. A corda sempre arrebenta do lado mais fraco. O Secretário de Segurança é bem verdade deixou tempos dois o cargo para uma substituição inócua. Foi trocado seis por meia dúzia.
A Secretaria de Justiça outrora de importância ímpar pelos diversos órgãos que a integravam perdeu de importância para se tornar reduto eleitoreiro. E as obras ? No Paraná algumas poucas e as maiores financiadas pelo Governo Federal. E por aqui nem o problema angustiante do pedágio teve solução e está sendo levada com a barriga pelo menos até o final das eleições, existindo um boato que o custo do pedágio será bem maior do que era cobrado anteriormente.
Vamos aguardar o final do ano para conferir. A ponte mágica entre Caiobá/Guaratuba está na planilha do DER aguardando que a fada Sininho apareça com sua varinha mágica para fazer “plinplim”. Só então a ponte sairá do papel para a infelicidade dos ecologistas. Quando ? Sem data definida pois vai depender que algum engenheiro publico encontre a Terra do Nunca para convidar a Sininho.
Enquanto ela não chegar é melhor os paranaenses aguardarem sentado para não cansar. O “lanchão” que transporta veículos e passageiros pela Baía de Guaratuba continua sendo um caso de polícia e uma vergonha sem fim. O vice-governador com duas responsabilidades para se desincumbir - pois dedica tempo integral (?) para o estado e outra para uma entidade que preside - tenta segurar como pode o andor.
E a única reposição salarial concedida tem a aparência de um grande deboche. Um tapa de luva no rosto dos servidores públicos. Mas o governador por ser uma boa praça será reeleito por falta de concorrente. Serão mais quatro anos de viagens, conversa mole e fala mansa.
E por falar em viagem ontem o Ratinho esteve em Roma para contar ao Francisco que o seu governo trata os idosos a pão de ló, só omitiu que tem funcionários públicos e pensionistas de idade muito avançada que com o reajuste em seus salários e proventos todos eles estão comendo o pão que o diabo amassou …
“Votei no governador por acreditar que com sua juventude pudesse afastar o ranço dos maus políticos e planejar um Paraná venturoso. Cai do cavalo. Com certeza será reeleito porquê até agora só teceu bons acordos para continuar no Poder.”
Édson Vidal Pinto