Barrado no Baile!
Postado por Edson Vidal Categorias // Flagrantes do mundo jurídico - Por Édison Vidal Lidos 426
A pior coisa que um rapaz poderia experimentar na vida, era tentar participar da festa de quinze anos de uma adolescente, na residência desta, e ser barrado na porta pelo pai enfezado. Não tinha convite!
Lembrei-me de um episódio que contei em uma de minhas crônicas; quando fui Secretário de Justiça e tinha a gestão absoluta do Sistema Prisional do Estado (penitenciárias) proibi acesso de qualquer visitante que não exibisse no registro de entrada, para a devida anotação no livro oficial, a respectiva carteira de identidade.
Era uma cautela, dentre outras medidas de segurança adotadas. Prometi punir o funcionário que não obedecesse esta ordem. Para festejar as bodas de prata de casamento, pedi licença ao governador Jaime Lerner e viajei com minha esposa aos Estados Unidos. Meu substituto legal, o Juiz aposentado Dr. Edison Trevisan, diretor-geral, foi quem assumiu a Secretaria.
E foi neste período que o então ativista do Requião, de nome Doático, acabou sendo preso em flagrante quando comandava a invasão de uma área pertencente ao município. Para não ficar em uma delegacia de polícia, com autorização do dr. Edison, o preso foi implantado provisoriamente em uma cela individual na Penitenciária do Ahu.
O Requião alardeava que seu funcionário era um “preso político” e que a prisão não passava de uma “armação” do Governo Estadual. Dois dias depois o Aníbal foi convencido que deveria reunir alguns deputados e fazer uma visita de “desagravo” ao preso. E quando a “comitiva” de políticos chegou ao setor de identificação, o agente penitenciário pediu ao Aníbal o documento de identidade.
Ele não tinha. E foi barrado na entrada! Em solidariedade os demais acompanhantes se recusaram a entrar. Estava criada a encrenca. Todos da comitiva foram reclamar ao governador. Este conversou por telefone com o Secretário Substituto, que não autorizou o ingresso na penitenciária de quem não estivesse portando documento de identidade. Ponto final.
O Aníba ficou enfurecido e exigiu minha exoneração. Voltei de viagem, reassumi a Secretaria e não ouvi nenhuma censura do governador. Só o Aníbal é que ameaçava através da Imprensa “retirar” o Sistema Penitenciário da Secretaria de Justiça e “passar” para a Secretaria de Segurança Pública. Excrescência ocorrida apenas no governo Beto Richa.
E agora chegou a vez do revolucionário e bolivariano Requião e alguns governadores serem barrado na visita de surpresa que pretendiam fazer ao Luiz Ignácio, na Superintendência da Policia Federal. O fidalgo senador acostumado a dar “carteirada” nem se atreveu a isso. A proibição era judicial e com Juiz não se brinca.
Procurando disfarçar a vergonha discursou no acampamento da CUT/MST, proferindo ofensas contra o STF por ter rasgado a Constituição ao permitir o cumprimento de pena ao réu condenado sem que a sentença tivesse transitado em julgado. Como bacharel em Direito só ele não sabe que essa regra não está na Constituição e sim no Código de Processo Penal. Objeto da ação que o Marco Aurélio teima em querer pautar na “marra”.
Enfim, tem muito “Juiz em Berlim” para barrar o exibicionismo de políticos enraivecidos com a prisão de um ladrão. E pior, todos os abobalhados do exército de Branca Leone insistem em tratar o Lula como “preso político”. E por que só ele? E por que não o Maluf, o rei de todos eles? Tem alguma coisa estranha nisso tudo, pois querem diferenciar até os ladrões deste país: uns vão ser ladrões mortadelas e outros ladrões coxinhas. Que gente é essa, meu Deus!
Que hospício é estes onde todos estão internados?
“Ladrão sendo tratado como preso político? Que loucura! Preso condenado cumprindo pena fora do Sistema Penitenciário? Que regalia sem nexo! Benza Deus, que país é esse?”
Edson Vidal Pinto