Cachimbo da Paz
Eu vibro com os grupos de WhatsApp do qual participo, porque cada um deles, tem usuários polivalentes, ou seja, com luz própria para pensar, criticar e escrever. E não poderia ser diferente, pois a coletividade de humanos tem maneira de pensar e agir, com ampla liberdade. E em um destes canais eletrônicos, constituído por pessoas acima de 75 anos, depois de postagens políticas que dependendo do alvo, desagrada uns poucos e torna mais feliz muitos outros, de repente alguém percebeu que os ânimos mais acirrados poderia desagregar o grupo e pediu que temas controvertidos do universo político não fossem mais abordados. Por quê? Porque o país está dividido entre “nós” e “eles”, pretos e brancos, ricos e pobres, republicanos e democratas, lulapetistas e bolsonaristas, e pró e contra a anistia. Claro que a cereja do bolo ficou sendo o problema ideológico: os canhotas e os direitistas. Mas tudo bem, se é para a felicidade geral da nação, o cachimbo da paz está a disposição de todos os integrantes do grupo. Penso nas minhas crônicas que incluo sem nenhuma parcimônia. Sim, porque todos os dias escrevo assuntos diversos do universo político, bem com extraio muitos temas dos episódios do cotidiano, muitas vezes em tom ácido abordo as peripécias da laia palaciana do Planalto, chuto de bico o Zé Dirceu e seus melancias, mas, também não perdoo o primarismo político do Bolsonaro e de seus filhos. Minha escrita não vê com bons olhos os inquilinos do STF e demais Tribunais Superiores, sabidamente aparelhados por petistas e afilhados do padrinho-mor.
Não sei definir bem se deverei ou não pitar o tal cachimbo -, pois reconheço que para não enfartar eu terei que continuar escrevendo e colocar para fora toda a angustia que sufoca o povo brasileiro que pensa (como eu), caso contrário, ficarei mais pobre do que sou, pois terei que comprar novos sapatos de tantos baldes que chutarei.
É este o cenário atual em que vivemos, e pensar que tempos atrás éramos tão felizes e não sabíamos…
“Não gosto de abobrinha, mas tem muita gente que gosta. Em compensação gosto de fígado de boi, que muita gente detesta. Assim é a vida, viver em coletividade, é uma arte e exige aprendizado constante.”