Calvário!

Hoje, 17 de março, sexta.

Vamos pensar juntos em um homem bom, justo e o mais honesto que vive entre nós, semeador de esperanças, impoluto, orador nato e sacrossanto. Alguém que jejuou no sertão nordestino pregou nos sindicatos, foi perseguido, jamais traiu, perdeu parte de um dedo no trabalho árduo, sacia a sede com agua que passarinho não bebe, procriou gênios da economia e como bom samaritano está injustiçado e vive escondido.

Quem poderia ser este homem? Não, não precisamos dizer seu nome, pois todos nós sabemos quem é não é mesmo? Se por acaso alguém ainda não desconfiou de quem se trata vai aqui mais uma dica: é amigo de empresários malandros que "adoram" dar dinheiro a rodo e financiar campanhas políticas!

Para que? Ora, para se beneficiarem com obras fazendo artes com o dinheiro público. Agora sim, acho que ninguém mais tem duvida do nome do homem. E por que se lembrar dele em plena sexta?

Porque ele tanto se comparou que acabou frente a frente com o Onipotente: Deus!
- Companheiro Deus, até que enfim eu te encontrei!
- Quem é você meu filho?
- Ora, ora deixa de lero lero! Eu sou você!
- Como? Eu sou uno é indivisível...
- Era colega, era. Era até eu chegar ao pedaço, antes de minha assunção à Presidência da República do Brasil!
- Que atrevimento! Pedro, meu apóstolo, tire este indivíduo da minha frente. Expulse-o do paraíso!

Pedro, um barbudo milenar, aproximou-se timidamente e balbuciou baixinho:
- Não posso Senhor...
- Como não pode? Por quê?
- Porque antes dele falar com o Senhor ele conversou comigo...
- E daí, meu fiel Pedro?
- Ele me convenceu e agora eu sou do PT!
- O que é isso? Perguntou o Todo Poderoso.
- É o Partido Político que vamos fundar no paraíso. Eu vou ser o tesoureiro! Respondeu o dono da chave do céu.
- E eu? O que eu farei?
- Companheiro fique frio (respondeu o baixinho com voz de besouro), você vai se aposentar e fingir que vai dar palestras por outros mundos e ganhar uma nota Preta de uns amigos empresários...
- Negativo! Eu sou Deus!
(reagiu com certo ímpeto o Senhor dos Mundos)
- E... Era, Senhor (retrucou com medo o velho Pedro).
- Ora, que tolice você está dizendo!
- Tolice nada ! Anjos, Arcanjos e Querubins venham até aqui e expulsem esse reacionário e ultra direita do Trono!

E assim foi feito. Deus foi expulso do paraíso ! E quem ficou em seu lugar ? Quem ? Quem? Claro o mais santo das criaturas terrenas. Sem nenhum pudor ele sentou no Trono e refestelou-se.

Não demorou muito o Arcanjo Manuel, um português do ABC paulista apareceu sacudindo uma bandeira da cor vermelha com uma estrela no meio, gritando:
- Este é o homem?

Sim responderem todos os presentes em coro. Daí o novo Todo Poderoso olhou para a multidão de novos petistas e proclamou:
- Doravante ninguém mais usará meu nome em vão ! Pois meus queridos companheiros, juro para vocês que nunca roubei, nem menti, o sítio não é meu, o triplex não é meu, não tirei pertences da casa onde morei, não conheço ninguém com o nome Odebrechet , não sei onde fica a Petrobras e nem o BNDS, não elegi a d. Dilma e estou sendo injustamente caluniado !

Os novos petistas deliraram com a firmeza daquela declaração. Pedro colocou o novo Soberano nas costas e todos saíram atrás como se estivessem levando um andor precioso.

Tudo ia bem se no meio do caminho do paraíso não estivesse sentado na beira da estrada aquele gordinho chato, que faz a propaganda do "Posto Petrobras”, segurando em uma das mãos uma garrafa da "Caninha 51”.

Quando o novo deus viu a "branquinha" ficou salivando e logo começou a gritar:
- Parem! Parem ! por amor de mim mesmo ! Quero ficar no chão e tomar aquela garrafa inteirinha!

E tomou! E Pedro e todos os novos petistas acompanharam. Não demorou muito o paraíso ficou uma zorra. Um anjo começou um batuque e a festa e a esculhambação foi instituída no paraíso.

Apareceu até um querubim chutando bola. O barbudinho de dedo pela metade quando viu aquela orgia generalizada não se conteve e gritou:
- Ah! Como é bom voltar para Brasília! Isto sim que é o paraíso!

Em seguida fechou os olhos e dormiu o sono dos justos! Dá para acreditar? Dá mesmo?