Céus, Onde Estou?
Hoje, 20 de setembro de 2.017, quarta feira.
A campainha intermitente do meu celular me fez acordar de um sonho profundo, abri os olhos e logo me dei conta que estava em outro mundo. Era 07h00min da manhã, o sol ardido refletia entre o blecaute da janela e iluminava o quarto. Num primeiro momento pensei que estivesse em Las Vegas, esbocei um pequeno sorriso e imaginei com mais modéstia que estava mesmo na cidade de Guaíra, pois o calor era o mesmo.
Quando me situei bem no tempo e no espaço eu cai na real: estava em Brasília! Levantei ressaqueado depois da viagem aérea de ontem à noite pela tensão emocional, por saber que vários parlamentares estavam a bordo da aeronave, pois tive que viajar agarrado na minha mala de mão. Toda cautela é pouca! Viagem de duas horas de voo onde nem água serviu. Gritei intimamente contra o monopólio das empresas aéreas, fiz até protesto e insuflei os demais passageiros para não mais viajar de avião até que o governo libere o espaço aéreo para outras companhias!
Claro que tudo ficou no meu pensamento até chegar à Capital. No aeroporto rezei para não dar de cara com o Maia ou outro ser extraterrestre daquele lugar politicamente incorreto. Só Lembro que cheguei ao Hotel, ileso. E agora estou acordado para enfrentar a aventura na Terra do Nunca! Fiquei na cama conjecturando como seria o meu dia: acho que pela manhã vou ao gabinete da Senadora Gleisi, para dar um bom dia de súdito Paranaense e pedir a ela para me tirar do "paredón", quando a Benedita chefiar a revolução petista. Não custa nada ficar prevenido, não é mesmo? Logo em seguida vou beijar a mão do Requião e lhe pedir a benção.
Pode ser que ele seja o próximo (credo!). Governador! E daí vão termina no gabinete do Álvaro, pois se acontecer um milagre ele poderá ser o Presidente do país! E como bom bajulador vai encerrar minha peregrinação matinal no almoço que me será oferecido no Palácio Jaburu, preparado pela dona Marcela, numa reunião Petit comitê com o Presidente.
Ele quer me convencer a falar com a Raquel para ela pedir de volta a denúncia do Janot. Vou ao almoço, mas com quase certeza não vou fazer este papel ridículo. Pensando melhor: vai depender do tamanho da mala! Afinal em Brasília ninguém é de ferro! Fiquei matutando os meus compromissos no período da tarde. Vou me encontrar com o Gilmar. Quero saber dele onde é a escola de etiqueta que ele frequenta pela sua fina educação dispensada aos demais colegas de Toga. Ele é uma gracinha quando emite opiniões pela imprensa, principalmente em "apoio" ao Lava Jato. E Já que vou ao Supremo vou cumprimentar o Levandowski por ter mantido a elegibilidade da Dilma.
Foi uma jogada de Mestre por ser o maior sacana do país. E quando chegar o final da tarde vai pegar meu caniço e pescar no lago Paranoá. É apenas para relaxar. Pretendo pegar três carpas, enormes, gordurosas e vou prepará-las na chapa. Vou convidar o Maluf, o Tiririca e o Moreira Franco para comer.
E enquanto eles estiverem comendo eu vou ao Mac Donald saborear um sanduba. Será um dia trepidante e quando retornar ao hotel vai dormir como um anjo. Só voltei há realidade quando o meu relógio mais uma vez fez soar o alarme! Levantei rápido para não perder o horário do meu primeiro e único compromisso destes três próximos dias. Falo deles depois, agora vou tomar meu café no hall do hotel.
Já estou cansado de tanto pensar em besteiras. Há bem da verdade não fui vacinado contras as miragens e alucinações que assombram Brasília e seu estranho povo.
Ah! Só vou contar um segredo: amanhã vou me encontrar com o Lula num esconderijo secreto. Vamos discutir o futuro do país. Pombas parece mentira, mas não sei se viu resistir tantos assédios! Que mundo é este, meu Deus!
"Estar no meio da lama de Brasília, vestindo terno branco de Panamá, não é tarefa fácil. Se bobear um segundo, fica mais sujo que biografia de político!"
Edson Vidal Pinto