Comportamento Ético
Na vida profissional nunca deve faltar o comportamento ético porque preservar o ambiente de trabalho e respeitar dentro dele às pessoas é condição indispensável de boa educação e urbanidade.
Não importa o ramo de atividade porque saber conviver com o próximo sem ofensa ou menosprezo é demonstração de maturidade e zelo que dignifica o bom profissional. Claro que o gênero humano é difícil e querer exigir um só modelo para todos os indivíduos é cometer um grande equívoco, pois cada pessoa tem sua própria maneira de pensar, avaliar e reagir frente as adversidades. Uma pessoa inoportuna pode gerar reação de profundo desagrado mas não pode motivar atitude afrontosa e sem nexo.
A ofensa verbal dentro de um local de trabalho seja entre profissionais ou não macula o bom relacionamento e rompe com a ética. E foi isto o que aconteceu na semana passada numa sessão do Tribunal do Júri de Curitiba, quando o advogado de defesa em virtude de uma insinuação descabida do Promotor de Justiça disse que se sentia ofendido, tendo então o agente do parquet respondido com palavra de baixo calão. Uma grosseria desmedida num ambiente formal da Justiça e com total falta de respeito ao Juiz , aos membros do Conselho de Sentenças, ao próprio advogado, aos funcionários e ao público presente. Evidente que a Seccional da OAB reagiu na defesa de seu associado e a Corregedoria do Ministério Público instaurou o devido processo administrativo para apurar a falta funcional de seu subordinado.
É o sinal dos novos tempos. O ambiente forense aos poucos está perdendo a respeitabilidade que tinha pois os Juízes deixaram de lado o terno e a gravata para vestirem o jeans e camisa esporte de manga curta, fazem audiências sem a Toga e nem sempre têm o comportamento comedido de uma autoridade judiciária. Falam o que não devem e ouvem o que não quer. E os advogados se acham no direito de frequentar os ambientes protocolares do Judiciário vestidos de qualquer maneira e se comportam como acham que devem se comportar. Grande culpa disto está no espetáculo grotesco proporcionado via TV pelos atuais integrantes do STF nas suas brigas pessoais quando das sessões de julgamentos, onde só não dizem palavrões porquê no resto vale tudo. E de outro viés culpa dos professores que lecionam nas centenas de Faculdades de Direito pois não se importam como os alunos frequentam as salas de aulas e nem ensinam aos mesmos o significado do que seja “ética”. Os cursos superiores se prestam mais para o professor ganhar dinheiro do que ensinar.
São poucos os vocacionados que lecionam porque a vez é dada àqueles que tem títulos acadêmicos e pouca experiência da vida profissional. E o Tribunal do Júri ? Como todo tribunal é um local de embate oral que exige de seus protagonistas amplo conhecimento do Direito, frieza para responder os apartes, raciocínio rápido e muita ética para manter a própria dignidade pessoal. Diferem apenas os estilos dos profissionais que atuam na acusação ou na defesa do réu, nada mais. Palavras de baixo calão são próprias dos mal educados, ignorantes e pessoas sem berço. Pois quem delas fazem uso não se dão minimamente o respeito …
“Era só o que faltava um Promotor de Justiça dizer palavra de baixo calão para um advogado, no Plenário do Tribunal do Júri. Comportamento inadequado e censurável. Sem ética não existe ambiente para ditar Justiça.”
Édson Vidal Pinto
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