Contraste
No último sábado à noite dei umas voltas de carro com minha mulher para vermos a iluminação do centro da cidade, pois foi prometido um cenário de cores e luzes para comemorar as festas de final de ano. O que mais chamou a atenção foi a roda gigante do “Boticário” montada na Praça Osório no prolongamento da Boca Maldita, com fila de pessoas sequiosas para subir no brinquedo. Na nossa principal via pública a Rua XV, bem no calçadão, deu para ver a montagem feita com símbolos natalinos. Já na praça Santos Andrade em frente do prédio da Universidade Federal do Paraná, em cada lado foram
montados dois pinheirinhos iluminados e, também, uma outra roda gigante, menor, mais que servirá de atração ao publico. Na rua Marechal Deodoro uma certa escuridão e em cada quadra muitos sem tetos dormindo sob as marquises de lojas e prédios, contrastando com o cartão de visitas da “cidade mais inteligente do país”. A questão social da pobreza continua com pessoas vindo de todos os lugares para as cidades maiores, pela possibilidade de conseguirem continuar vivendo sem trabalhar com o auxílio mais efetivo do poder publico, bem como, com melhores chances de serem aquinhoadas com esmolas de pessoas de bom coração que agem sem pensar nas consequências. Pois esmola incentiva o ócio. E ninguém quer sair da rua, pois não aceitam a cama, o banho e a comida ofertada pelo poder publico, preferindo ficar no sereno, frio, umidade e a chuva, enrolados em cobertores sujos e sujeito a todos os tipos de doenças. Esta gente é fruto da pura ideologia protetiva de entidades políticas que protegem a maneira como elas querem viver, não se importando minimamente com suas dignidades e respeito como seres humanos. E o pior: incentivam a vagabundagem que é o mal pior de todas as civilizações. E em nome desta visão estrábica a Justiça acaba aceitando os guetos urbanos das calçadas que começam a tomar conta das cidades, atrapalhando o comércio e os transeuntes. E com o aumento da criminalidade em breve vão surgir também áreas de consumo de drogas, como ocorre nas grandes cidades norte-americanas, sem nenhuma interferência policial e com seus usuários instalando barracas e vivendo em plena via pública obrigando os motoristas desviarem seus veículos. Claro que ninguém tem o direito de querer “morar” em calçada, sob a marquise de edifício, na frente de uma casa de comércio e muito menos na rua, quando o poder publico dispõe de meios e recursos para uma solução social mais adequada. Sou do tempo em que, como Promotor de Justiça, aplicava a Lei das Contravenções Penais que condenava com detenção qualquer pessoa que não tivesse residência fixa e nem emprego determinado. Ditos indivíduos pagavam suas penas na cadeia e eram obrigados a procurar emprego. Mas hoje em dia como impera em tudo a licenciosidade, estas pessoas são tratadas como “vítimas” da sociedade, vivem como querem, sem respeitar o direito de terceiros, e com certeza odeiam quem inventou o trabalho…
“Não existe sociedade sem regras de conduta que é imposta pela lei; esta estabelece direitos e deveres para todos os cidadãos. Ninguém está acima da lei. Nem o mais poderoso detentor de cargo publico, nem o mais miserável dos homens.”