Cracolândia
Vi ontem numa transmissão da TV aberta a ação policial na chamada “Cracolândia” que nada mais é do que um reduto de viciados e traficantes de drogas na região central da cidade de São Paulo. O atual prefeito pretende encontrar um jeito de resolver o problema social que causa a aglomeração dessas pessoas e que prejudicam não só o comércio, como também, causa transtornos aos moradores e transeuntes que necessitam passar pela região.
Semanas atrás houve uma tentativa de desmobilizar o grupamento mas nada adiantou porque os usuários passaram a ocupar outras áreas, criando novos guetos e agravando ainda mais o problema no entorno central da cidade. Tudo culpa da parcimônia das várias autoridades que ao longos dos anos fecharam os olhos para aquela situação e permitiram que a ocupação se efetivasse às vistas da polícia e do próprio poder publico.
Ninguém ignora a escalada do tráfico no mundo todo e que as maiores fortunas estão nas mãos dos “barões” que chefiam os cartéis das drogas. E aparentemente não adianta que os governos dos países gastem fortunas para combater esse mal - crime hediondo que escraviza o corpo e mente dos usuários - porque sua escalada é crescente e sem freios.
Em Amsterdã na Holanda o turista fica estarrecido quando encontra o comércio legalizado das drogas e vê seus usuários sonambulando pelas ruas e parques da cidade. Lá o viciado só não pode perturbar a ordem pública e nem colocar em risco a integridade física de outrem, no mais pode tudo. A aventada legalização das drogas defendida por muitos no Brasil não subtraiu o clima de desconfiança e risco há que estão sujeitas às populações dos países mais liberais.
No YouTube um canal de reportagens e assuntos variados tem uma série que mostra toda a verdade das drogas nas cidades americanas, mais parecendo uma tragédia como a peste pois está corroendo aos poucos a juventude e os valores morais daquele país. Na Pensilvânia tem bairros com dezenas de quadras cujas calçadas estão ocupadas por barracas onde vivem os viciados e traficantes. Tem trechos em que parte das ruas também são ocupadas por barracas fazendo com que os motoristas dirijam tendo que desviá-las para não gerar tumultos e agressões.
E os traficantes comercializam as drogas livremente com as viaturas da polícia fazendo rondas apenas para intervir quando houver brigas. Todos os dias morrem usuários de drogas nesses lugares decorrente de overdose. Também tem enfoques em outras cidades como Los Angeles, São Francisco, Nova Yorke mostrando sempre um cenário de área arrasada, promiscuidade e abandono dessas pessoas dando nítida impressão que o governo abriu mãos de combater o tráfico.
Claro que em nosso país o problema também é grave só não existindo tantas ocupações como a Cracolândia pois o consumo é menos transparente, porém, muitos “barzinhos” e ruas menos movimentadas das cidades são tomadas literalmente por consumidores e traficantes.
Quando Secretário da Justiça dei total apoio ao Conselho Estadual de Entorpecentes subordinado à Pasta, inclusive participando de muitas das suas reuniões e contando com a colaboração de pessoas voluntariosas de diversas cidades do interior do estado, principalmente de Londrina e arredores, e realizamos ampla campanha de conscientização nas escolas e praças públicas.
Única forma racional de combater o uso das drogas é alertar a juventude e mesmo aos adultos de quão nocivo é seu uso e as implicações que causam à saúde. Infelizmente os governos não se importam mais de veicular pela mídia nenhuma campanha de impacto que sirva para inibir o consumo de drogas. Sei que não é fácil mas não custa tentar, pois os traficantes querem viciar nossos filhos e netos para continuarem com seus impérios, ganhando fortunas com a desgraça alheia …
“Droga mata cedo ou tarde o usuário e seu clã familiar, porque gera problema para todos. São imprescindíveis Políticas Públicas para alertar sua nocividade e conscientizar do prejuízo econômico que elas causam ao país.”
Édson Vidal Pinto