Crime Perfeito?
Como alguns fatos caem no esquecimento rapidamente. Lembram-se do estardalhaço que a Imprensa fez quando o Lula fez a mudança no final do seu mandato e “levou “consigo objetos pertencentes ao acervo público”“? E depois o gesto foi imitado por sua sucessora? Pois é, nunca ninguém mais falou nada a respeito.
Afinal os objetos foram ou não devolvidos?
- Foi roubo oficial! (Exasperou-se o Amadeu, um nacionalista de carteirinha, sempre de prontidão para censurar os petistas).
- Não, meu amigo...
- Não? Então foi furto? ( Remendou).
- Nem uma coisa e nem outra (afirmei).
- Qual crime, então? ( indagou Amadeu curioso).
- Apropriação indébita!
- Tem diferença?
- Tecnicamente tem: “roubo” é arrebatar coisa alheia mediante violência ou grave ameaça; “furto” é a subtração de coisa alheia, mediante artifício ou ardil; e “apropriação indébita” é se apoderar de coisa alheia da qual tem posse. Os bens públicos estavam na posse dos então Presidentes, logo, quando os mesmos “levaram” nas mudanças os objetos que não lhes pertenciam, mas que estam sob suas guardas e posses, praticaram o crime de apropriação indébita.
- Tá entendi as diferenças. Só que eles não devolveram ditos objetos ...
Esta é a dúvida não esclarecida. As apropriações foram noticiadas, mas não se sabe se foram ou não devolvidos os objetos valiosos para o Estado. Crime perfeito? É sempre assim, os fatos acontecidos sempre são contados pela metade, logo são esquecidos.
O mesmo acontece com as mentiras que prejudicam e muitas vezes mancham a biografia de homens públicos, probos e acima de qualquer suspeita, e que embora desmentidas não chegam a ser publicadas.
Notícias alarmantes, tendenciosas e infamantes geram bons lucros; já àquelas que são meramente esclarecedoras e dignas de reparos, perdem a graça. Este o mal dá Imprensa. Tem jornalistas que adquire notoriedade fazendo dos escândalos os alvos preferidos de suas reportagens, pouco importando se estes são ou não verdadeiros.
Notícia falsa tem o poder de um tiro de escopeta, pois é letal para a honra das pessoas. A propósito, lembrei-me do fato ocorrido em uma escola particular em São Paulo, que foi acusada de projetar filme pornográfico (Lagoa Azul) para os alunos adolescentes, com alusões tão agressivas que seus proprietários foram à falência.
Este mesmo filme passa rotineiramente nas telas de canais de televisão, sem qualquer censura. E tudo ficou como se nada tivesse acontecido. Ninguém foi responsabilizado. Eis aí, um crime perfeito.
E agora a pergunta: o Lula e a Dilma cometeram ou não o crime de apropriação indébita? A Imprensa sabe explicar? Ou foi notícia sensacionalista criada ao talante da imaginação, como fez o Requião no famoso caso do “Ferreirinha” que mudou a história da política paranaense? Este foi também outro crime perfeito...