Dá Para Acreditar?
Como os governantes se descuidam de nossa pequena orla que os veranistas teimam em frequentar pois entra governo e sai governo as melhorias são pífias. A tradicional praia de Matinhos está sofrendo com as ressacas do mar que chega a invadir a areia e a rua da cidade indicando que se não houver providências urgentes a antiga área ocupada com casas e moradores logo desaparecerá.
A Divina Caiobá enaltecida pelo inesquecível cronista social Dino de Almeida com sua tradicional promoção da “Garota Caiobá” cujas concorrentes representavam a nata da sociedade curitibana era uma promoção que agitava os frequentadores da orla e dava inusitado destaque àquele ponto do nosso litoral.
Época de refúgio dos paranaenses e curitibanos para lazer, encontros e negócios sempre paparicada e cantada em verso e prosa pelos notáveis “Calouros do Ritmo”, servindo de ponto de encontro da sociedade dos velhos tempos. Hoje Caiobá está descolorida, apagada pelo sombra da estonteante e progressista praia de Camboriú, para onde convergiram seus antigos e fiéis frequentadores.
E por sua vez Guaratuba sucumbe pela incompetência da empresa de ferryboat que presta um desserviço para os usuários e compromete a economia do balneário. E o governo do Paraná de duas uma : não se importa porque sabe que tem um equipe de colaboradores inoperantes; ou porque prefere ignorar os problemas que afligem só os veranistas, moradores e proprietários de casas no litoral. Não há outra explicação lógica. Prefiro atribuir a inoperância de um governo mal administrado que vive mais de propaganda do que de realizações, um estorvo na história do Paraná pela heterogeneidade de pessoas desconhecidas que compõe o secretariado e de colaboradores sem luz própria. Só pode ser.
E não é má vontade com o jovem Ratinho que teve meu voto porque eu acreditava na força da juventude e impetuosidade para desembaraçar o ranço da administração pública. Sem aquinhoar o funcionalismo publico como deveria dando um reajuste salarial debochado de três por cento; sem realizar grandes obras e com o orçamento deficitário é o atestado de sua incapacidade como gestor publico e até aqui apenas provou que é um político bem articulado mas sem lustro. Neste período de pandemia que foi atípico para todos foi mais um viajante do que um administrador.
E pensar que o problema da travessia de ferryboat de curto trajeto entre Caiobá e Guaratuba ainda não teve solução adequada. Anteontem mais uma barcaça carregando carros e passageiros se desgarrou da rota e ficou à deriva na baía de Guaratuba -, portanto, mesmo com o distrato ocorrido com a empresa vencedora da Concorrência Pública, a nova empresa contratada emergencialmente segue o mesmo padrão de atendimento de sua antecessora. Trocaram seis por meia dúzia.
Um diminuto problema que a gigantesca Máquina Governamental não conseguiu equacionar ao longo de um ano. É incompetência ou não ? E pensar que esse mesmo governo pretende licitar a construção de uma ponte que substituirá o uso do ferryboat. Dá para acreditar ? Duvido que o processo de licitação não sofra uma bateria de ações judiciais, que o MP não tente colocar outros óbices para defender o meio ambiente e que no final a empresa vencedora não “quebre” deixando a obra inacabada. Situação nada estranhável que a Lei de Licitações propicia por ser o governo obrigado a aceitar a proposta pelo menor preço.
E neste tópico é sabido e consabido que empresas de fachada sempre se aventuram ofertando o valor de construção mais barato para abiscoitarem os primeiros repasses do erário e depois abandonam as obrigações contratuais. E não apenas por estes aspectos : mas a incompetência do Governo do Paraná em administrar o andamento da obra será um ponto negativo e dará motivos para muitas divergências.
Quem não sabe solucionar um simples serviço de transporte de ferryboat com certeza não saberá fiscalizar a construção de uma ponte. E quem acreditar nessa obra a médio prazo que espere sentado porque de pé ficará cansado …
“Pensei que nenhum governante se igualaria às péssimas administrações do governo Requião, mas mordi a língua. A atual administração do estado do Paraná está nas mãos de um amador que não tem noção mínima do que seja administrar um estado. Muito menos sabe mandar que subalternos resolvam problemas pontuais.”
Édson Vidal Pinto