De Volta ao Mobral.
O nível cultural do brasileiro está em queda vertiginosa. Nem falo da atual geração de estudantes e acadêmicos universitários, que estão abduzidos por professores de baixo nível de conhecimentos e encharcados de puro comprometimento ideológico, mas dos velhos e tradicionais políticos que espantam a vida pública nacional. Claro que me refiro ao debate da Band.
Os candidatos pareciam estar dentro de uma jaula imaginária e pronto para justificar o injustificável. Sim, pois as respostas pareciam sair de uma mesma cartilha recheada de baboseiras e ideias fora da realidade.
Promessas utópicas porque irrealizáveis em virtude da quase falência do erário público. Todos os candidatos prometendo reformar o mundo e o fundo, com idênticas denominações, mas sem explicar as fórmulas mágicas. Sabedores de antemão que a Parlamento não se oxigenará, porque não haverá renovação significativa de deputados e senadores, falar em reformas é chover no molhado.
Como reformar a Previdência sem antes saber quem são os beneficiários que nada contribuíram e gozam das benesses legais? Ou os nomes dos seus grandes devedores e sonegadores? Qual o modelo de reforma Tributária se ajusta as necessidades do país. Nem um candidato explicitou minimamente sobre o tema.
E como diminuir o tamanho do Estado Administração? Como desestruturar os Ministérios e deixar de apaniguar as velhas raposas nos cargos comissionados, sem um verdadeiro choque de gestão? Quais as propostas viáveis para estancar os rombos diários do desperdício público? Nenhum comentário plausível que merecesse aplauso.
O debate fluiu sem nenhuma objetividade por não trazer ao público eleitor um norte que pudesse decidir em quem votar. O nível dos candidatos é sofrível, com gestos caricatos e frases de efeito, válidos para iludir incautos. As exageradas citações de estatísticas, não comprovadas, soam como mentiras oportunistas, apenas para deixar transparecer que os candidatos conhecem muito bem os temas abordados.
O debate foi uma repetição da mesmice de ocasiões pretéritas. Chocante o Ciro perguntar à Marina sobre s transposição do Rio São Francisco, tema que ambos conhecem com profundidade por terem sido parceiros de um mesmo governo que foi responsável pela obra, como se fossem velhos camaradas e aliados. Foi um show sem brilho e nem novidades.
É inviável realizar debate com muitos candidatos, alguns deles sabidamente figurantes, por não terem densidade de votos. Mostram-se apenas para pregar ideias obtusas, mas que são de participações dispensáveis. É só pelo exagerado pudor de isonomia entre os candidatos que justificam as suas presenças no programa.
Abstraindo as preferências da Data Folha, o eleitorado tem consciência que o afunilamento das preferências vai recair em apenas dois candidatos. Espera-se que no segundo turno ambos tenham melhor desempenho e possam detalhar melhor os planos que têm para o Brasil. Por enquanto, nesta primeira fase das eleições, ao invés de debates seria melhor que os candidatos voltassem ao extinto Mobral, para melhorar um pouquinho mais seus conhecimentos sobre a realidade do país...
“Meu Deus como os brasileiros perderam a noção de conhecimento e cultura? No debate entre candidatos, estes mostraram desconhecer os problemas nacionais, ou pensaram que vão presidir na lua!”
Edson Vidal Pinto