Descartando a Terceira Via
Tenho maturado sobre a possibilidade de surgir no cenário político um terceiro nome para se contrapor aos candidatos em campanha, a fim de propiciar que o eleitor possa ter um opção a mais de escolha. Num primeiro momento fui engolido pela opinião de alguns de que a terceira via evitaria o acirramento das campanhas e a sua polarização com prejuízo à democracia. E comecei a pensar a respeito.
Primeiro: quem seria este terceiro? Tasso Jereissati, Rodrigo Pacheco ou Sergio Moro? Dos três nomes o mais respeitado seria Tasso Jereissati um político profissional que conhece os meandros do poder, porém amigo de FHC do qual considera um ideólogo e comunga com suas ideias. Na atual quadra política do país seria opção de uma esquerda mais tolerante e intelectualizada. Mas teria tutano para bater de frente com a militância de uma esquerda Lulapetistas que pretende implantar um sistema socialista mais escancarado? Teria força para peitar a Imprensa dependente do erário público? Acho que não, pois sendo político de carreira buscaria harmonizar a crise política através de conchavos e articulações que lhe permitisse plena governabilidade. Não mudaria a cara do país.
E o Presidente do Senado? Um desconhecido do grande público que está mordido pela mosca azul do poder mas que não tem bagagem e nem biografia para encarar um desafio tão difícil. Um nome quem sabe para o futuro. E o Sérgio Moro? Um homem íntegro e um operador do direito altamente qualificado, porém sem nenhuma experiência política. Apareceu no cenário nacional como o verdadeiro “caçador de corruptos” porém se deixou seduzir pela fama e pelos aplausos fáceis de plateias composta por brasileiros que acreditavam na sua caneta, pecou quando teve que decidir os rumos de sua própria vida, optou por um caminho mais fácil de chegar ao STF e foi alijado no caminho.
Não teve jogo de cintura para se equilibrar na corda bamba de um cargo comissionado. E na dificuldade de conviver com as intrigas palacianas saiu agastado do governo e atirando por todos os lados. Cuspir no prato que comeu demonstra imaturidade. Ele seria um bom candidato ao Senado da República pelo Paraná e com amplas possibilidades de ser vitorioso por desfrutar certo prestígio entre os eleitores, temor do Álvaro Dias de perder a vaga e por isto é o principal articulador para convencer o Moro de concorrer à Presidência da República. E se isto vier acontecer será um estrondoso tiro na água.
Então restará quem? Ciro ou Marina? Sem chances de serem uma terceira via confiável e nem com possibilidade mínima de serem eleitos. Daí voltamos a polarização entre Luiz Ignácio e Bolsonaro. Lembro que nos EEUU todas as disputaras são polarizadas entre dois candidatos - um do Partido Republicano arraigado na tradição, primando por um modelo conservador do Estado; e outro do Partido Democrata com bandeira liberal, progressista e com respingos mais para a esquerda sem contudo desprezar o amor pela Pátria, pela bandeira e pela liberdade. E as disputas são acirradas e no final nem sempre o candidato preferido é o eleito.
Entre nós a pleito que se avizinha será do tudo ou nada, porque o conflito será dirimido no campo ideológico com o Lulapetismo propondo a desintegração do Estado brasileiro como conhecemos hoje; e o Bolsonarismo na defesa intransigente de Deus, família e do Brasil. Este é o cenário que se descortina até as eleições se não ocorrer algum episódio que mude as aparências e a regra do jogo. Difícil que um terceiro possa influir para alterar substancialmente os votos dos eleitores, porque nesta altura do campeonato os candidatos estão definidos e os votos também…
“Descarto um terceiro nome como opção para concorrer à Presidência da República. O jogo da disputa política será aparentemente duro, embora a votação do Luiz Ignácio não seja nada clara. Ele sobrevive pelos Institutos de Pesquisas, nada mais. Enfim para a democracia será uma eleição do tudo ou nada.”
Edson Vidal Pinto
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