Dia Internacional da Mulher.
Ontem, 08 de março, quarta feira.
Confesso que fico sem entender quando vejo passar na calçada uma menina moça, cheio de graça, bem arrumada, toda brejeira e de mãos dadas com sujeito de bermuda, tênis sem meia, tatuado, cabelo moicano, camisa regata e brinco em uma das orelhas.
Fico pensando: o que será que ela viu num indivíduo tão esquisito e indefinido? O que será que ele pensa da vida, quais seus objetivos e intenções com aquela moça? Sei que já estou fora do tempo e que os hábitos e costumes da sociedade não são mais os mesmos. Mas não consigo desviar minha atenção daquela menina, pois embora não tenha filha, hoje tenho netas. Sei muito bem como estas são tratadas e as preocupações por seus futuros.
Também sei que elas terão suas opções amorosas, seus devaneios e projetos porque as pessoas são iguais na forma de agir e pensar-nos diversos estágios da existência, só diferentes pelas oportunidades que não tiveram.
Uns nasceram em lares bem constituídos e outros nem tanto, para alguns a vida nunca sorriu e para outros sempre existiu o calor humano da atenção e do afeto. Imagino o esforço de um pai e de uma mãe para educar, aprimorar, dar estudo, oportunizar aulas de balé, de idiomas, de música, acompanhando o crescimento diário daquela menina, depois da menina-moça até tornar-se: mulher!
É dai que ela rompe o cordão umbilical do núcleo familiar para caminhar sozinha em busca de seu próprio horizonte, mas sem perder o jeito feminino de encarar a realidade do mundo. Dai vem à sorte, a pura sorte. Esta decorre da escolha do príncipe encantado, do homem que a cativou e cortejou, a ponto de aceita-lo como companheiro para toda a vida.
Nem sempre o namorado e o noivo revelam na convivência aquilo que são, uns são pedra bruta com poucas arestas aplainadas e que nunca se tornam polidas. Estes fazem da existência feminina o abismo de suas ilusões. Serão apenas acompanhantes que tornarão insuportável o momento da mulher. Esta nem sempre suportará o trato grosseiro e a cobrança despropositada e ao romper o casamento levará marcas profundas de desgosto.
E quase sempre assumirá sozinha a educação dos filhos de um lar desfeito. A tarefa de suprir necessidades materiais que o homem se sujeita não se compara com o ônus da criação e do zelo diário que a mãe tem pelos filhos.
A mãe é mãe em qualquer ocasião, seu instinto protetor é bem maior que as suas necessidades, pelos filhos ela se sujeita a tudo, até levar uma marmita de comida numa cela de prisão. Só ela sabe perdoar, compreender e assimilar as angústias e os tormentos de um filho transfigurado pelo vício.
E como esposa sabe desempenhar o papel para apoiar e incentivar o marido nas horas difíceis das intempéries da vida. A mulher enquanto filha é o agasalho dos pais, a protetora e guardiã quando eles necessitam a enfermeira indormida nos momentos de doença. Nada é mais considerado e precioso do que ter uma mulher amiga que está disposta a ouvir e consolar.
Na profissão que abraçar a mulher é o melhor exemplo de competência e responsabilidade, tanto assim que ela está ocupando o seu espaço e fazendo jus ao seu reconhecimento público. A mulher de pés descalços, com filho no colo, que empurra um carrinho pesado e cheio de pedaços de papéis e de papelão tem o semblante carcomido pelo sol, frio e chuva, mas é uma mulher guerreira que mesmo tendo o vento contrário em sua vida não esmorece e nem desiste de sonhar. Não importa onde esteja nem o papel que desempenhe, nem o estado de espírito que a angustie e lhe atormente, ou que esteja no auge da alegria ou no momento sublime de dar a vida a um novo ser, a mulher é sempre forte, brava, arrojada e destemida.
Ah! E a mulher amada? Esta é o complemento do homem feliz e realizado, porque ele sabe que ela é seu alicerce e sua ancora, sua confidente, sua melhor amiga e a luz da vida!
Que todas as mulheres sejam muito felizes em todos os dias de suas vidas...