Dinheiro, Sedutor Dinheiro!
Hoje, 13 de abril de 2017, quinta feira.
Prevendo ao longe uma tormenta sem precedentes o deus de todos os deuses do Olimpo, olhou para os mortais petistas e falou:
- Companheiros! A maré que está chegando vai exterminar os políticos da nossa boa vida! Raios, trovoadas e vento sacudidos pela Toga honesta vai arrasar o nosso império...
Todos os políticos que caíram na rede do pecado costurada pelos Odebrecht ouviam as palavras do grande deus de língua travada, na espera de um milagre salvador. Foi quando deus arrematou:
- Vai chover muito! Todos os lugares de perdição serão inundados! Será um dilúvio! - Pensou um pouco, deu uma talagada na branquinha, e continuou:
- Gleisi, minha filha querida, faça o teu marido trabalhar! Ele deverá construir uma arca de madeira em quinze dias, antes da chuva, para servir de abrigo para os nossos companheiros se salvarem, flutuando. Tenho dito!
Com auxílio dos sindicalistas, diretores do Sindicato de professores do Paraná, da Voz Operária, dos professores universitários, do MST e da UNE a arca foi construída no prazo determinado por deus. Foi quando começou a cair os primeiros pingos de chuva. Dilma, a mais culta e poliglota, com um megafone na mão passou a chamar os passageiros para embarcar na tosca embarcação. Às vezes para esnobar falava em espanhol e às vezes em francês.
Por incrível que pareça coube toda aquela gente, espremida como lata de sardinha porque não largavam do dinheiro fácil que simbolizava a fraternidade partidária e ideológica. A chuva aumentou e a arca mesmo com todo o peso de consciência daquele bando, flutuou. Mercadante, ex-ministro da educação, não se conteve de alegria e gritou:
- Tamo sarvo!
E mesmo sem largar os sacos de dinheiro que ganharam dos empresários bonzinhos, os passageiros aplaudiram. Só tinha um problema. O mestre de obras tinha se esquecido de fazer os remos, para impulsionar a arca e estabelecer o rumo onde desembarcariam. Matreiramente o
Mantega sugeriu:
- O Lindenbergue que é o mais moço poderia nadar até onde não choveu e pedir mais dinheiro para a Odebrecht, depois compraria um bom motor de popa para resolver o impasse!
Ingenuamente a Aparecida sugeriu outra solução:
- O garotão não poderia comprar o motor com o dinheiro que estamos levando?
- NÃO! - foi à pronta resposta dos presentes.
Sem alternativa o jovem senador nadou e nada conseguiu na conversa com os empresários bonzinhos. Estes lhe disseram que tinham feito às delações devidas e que a mina de ouro da corrupção estava fechada.
Frustrado e com muito frio, o senador das mentiras retornou à arca. Todos ouviram aquela trágica resposta e ficaram resignados. A embarcação ficou à deriva. Aonde aquela gente vai descer quando o dilúvio acabar? Estarão de volta ao Brasil? Xô, satanás! Para onde, então? Eis a duvida cruel.
Enquanto isso a arca parece o palco do BBB, a desconfiança, a duvida, as traições, as ameaças, os assédios sexuais e o costumeiro furto se descortinam naquela visão dantesca. A nau dos desavergonhados!
A embarcação está flutuando na inundação divina e tomara que, pelo menos seus ocupantes que usufruíram do dinheiro sedutor da corrupção, desembarquem bem longe do nosso país. De preferência no porão das almas perdidas chamada de: penitenciária! É onde todas as pessoas trabalhadoras e de bem querem ver também o deus dos deuses do Olimpo! Ou estou enganado? E maio está chegando...
" Na verdade ninguém vive tranquilo sem dinheiro. Viver e querer ganhar mais dinheiro, até faz parte da índole humana. Perseguir o dinheiro fácil e construir fortuna sem causa é pura ganância que corrompe a própria alma."
Edson Vidal Pinto