Dividir é Bem Mais Fácil Que Unir!
A ideologia cega o ser humano a ponto de permitir que a intolerância supere um mínimo de razoabilidade. Nem a vida é respeitada. Aquele que conhece a História da Revolução Bolchevique que dizimou a aristocracia Russa e milhões de pessoas do povo, a implantação da ditadura comunista em Cuba e a situação atual da Venezuela, para citar apenas como exemplos pode avaliar o suficiente as consequências de a Força sobrepujar o Direito.
A utopia de que é possível igualar os desiguais pelo medo das armas, sufoca a própria natureza humana de sua inquietude de buscar por si só um lugar ao sol. Cada indivíduo aspira viver com o direito de discernir e escolher seu próprio destino, sem a interferência estatal ou de quem quer que seja.
É por isso que a lei foi criada para reger e disciplinar os limites de cada um dentro de uma mesma sociedade, aparando arestas e punindo eventuais infratores. E o governo foi uma criação ficta para permitir o bem-estar dos indivíduos dentro de espaços delimitados; sua finalidade é reger as políticas públicas que atendam às necessidades básicas de cada um, com transparência e publicidade.
E o regime democrata serve para possibilitar a alternância entre os governantes. Sair da simplicidade deste “esquema” é colidir de frente com a verdade sabida. Apesar disto tudo, os inconformados ideólogos e pensadores obtusos, no conforto de suas poltronas de veludo ou no ambiente acadêmico de suas salas de aulas, deliram em pregar sonhos e espargir lutas de classes.
E os incautos e excluídos se prestam como massa de manobras, encorpando a legião de soldados dispostos a tudo para alcançar o impossível. Pois bem, a eleição de domingo refletiu que a maioria dos eleitores (não dos cidadãos, pois os votos brancos e nulos quase empataram com o número de votos do derrotado) optaram pela alternância do poder, com um novo modelo de governo. Nada mais. Tal como o regime democrático prevê.
Mas não é fácil unir os perdedores radicais e militantes de uma causa bélica com pessoas que votaram e pensam de modo diferente, ao redor de um mesmo Presidente. E o pior: quando o perdedor insiste em radicalizar a oposição e suas palavras encontram eco no pronunciamento infeliz, de um dos Chefes de Poder da República.
O Toffoli numa manifestação de jactância e soberba, ao invés de usar da Imprensa para saudar e desejar êxito ao novo Presidente fez questão de “aconselhar” que este respeitasse “a oposição” porque ela existe e está presente no país. A fala soou como uma advertência de sua própria insatisfação e como uma nota de consolo ao seu padrinho, preso. Adendo dispensável e inoportuno.
Nem o Haddad demonstrou humildade com a derrota. A tarefa de o governo unir o povo brasileiro não será fácil, pois não faltam insatisfeitos e frustrados que queiram ver o circo pegar fogo. Mas, nada impossível, basta Administrar o Estado com respeito a todos, ordem, tirocínios e decência. Tudo o mais ficará por conta dos caprichos dos eternos insatisfeitos...
“A unanimidade em política soa como uma bizarrice. A ideologia de querer igualdade de estilo de vida entre os indivíduos de uma mesma sociedade, se iguala a absoluta falta de bom senso. É da índole dos seres humanos o direito de escolher livremente seu próprio destino!”
Edson Vidal Pinto