Dói tudo!
Ontem, 06 de fevereiro, segunda feira.
Afrontei a Lei da Inércia e voltei para a Academia do Hospital Costantini. Só eu sei como foi difícil dar este gigantesco passo, calculo que igual ao que dei só quando o homem andou na lua!
E não estou brincando, não! Não gosto de fazer exercício, aliás, já exteriorizei isso em outras ocasiões, contudo não posso deixar de registrar apenas para a minha autoafirmação. Nada tenho contra aqueles que frequentam parques e academias, a minha birra é pessoal, ou seja, comigo mesmo.
Sei que é bom mexer o corpo porque faz bem à saúde, os médicos insistem em recomendar essa prática, mas conheço muito bem alguns deles que só dizem “faça o que digo e não faça o que eu faço”!
Por quê? Tem que existir uma razão lógica. Estou com uma lupa na mão e com o boné e o casaco do Sherlock Holmes para desvendar esse mistério, e vou contar o que descobri. Meus amigos médicos vão ficar enfurecidos comigo, mas a verdade sempre cobra o seu preço. Quando vou a uma consulta médica para exame de rotina eu começo a sofrer de verdade na sala de espera, porque nunca sou atendido na hora marcada.
Então por que marcar hora? Como é hábito, tudo bem. A pior coisa é esperar porque no consultório o tempo não passa, a gente fica sentada juntamente com pessoas que nunca vimos na vida, cada uma olha desconfiando da outra, ninguém sabe se conversa ou não, quando muito um sorriso amarelo e mais nada.
As revistas colocadas à disposição são edições velhas de comentários médicos e com mil anúncios de laboratórios. O leigo lê e finge que está se entretendo. E quando finalmente chegamos na frente do esculápio ele tem quatro perguntas clássicas que levou seis anos para aprender nos bancos acadêmicos : "você fuma", "você bebe", "você come comida gordurosa", e a última "você faz exercício"? As perguntas não precisam ser rigorosamente nesta ordem, eles variam de acordo com o paciente. Ora bolas, é óbvio que quando nos respondemos sempre "caímos" em uma ou duas ou em todas as opções apresentadas.
É como tirar doce da boca de uma criança. O meu problema está em responder a última pergunta: nada de exercícios! Dai meu retorno sombrio a Academia que eu "carinhosamente" apelido de senzala. Há poucas horas retornei da senzala, estou com o corpo moído, em frangalhos, dói até o pensamento. Mas uma coisa é certa: ainda estou vivo, graças aos Céus! Só que dói tudo...