Dor de Cabeça
Pobre litoral do Paraná cada dia mais abandonado e sucateado pelo Governo Estadual. Tudo bem que o modelo de pedágio que esfolava o bolso dos usuários chegou ao final e que por alguns meses não haverá cobrança, mas continua proibido que veículos automotores ultrapassem o posto de pedágio pelas cancelas, devendo a ultrapassagem ocorrer nas duas pistas laterais mantidas pela “Via Fácil”. Por óbvio que causa afunilamento em razão do notório movimento da rodovia e com a alta temporada haverá um congestionamento irritável porque absurdo. Mas o transtorno continuará sem nenhuma solução racional. O DER que é gestor do trecho parece ignorar o problema.
E para quem vai à Guaratuba pela rodovia BR-277 com certeza vai enfrentar uma grande epopeia para chegar e embarcar no ferry boat porque a licitação estadual para contratar a nova empresa de navegação responsável do trajeto marítimo Matinhos /Guaratuba, teve um edital mal elaborado e o licitante que ganhou é um inexperiente aventureiro. Explico : no Certame Licitatório ganhou uma empresa que não tinha o número de balsas necessárias para normalizar de imediato o fluxo de passageiros e veículos, inclusive não conta com pessoal suficientemente habilitado para o serviço. Duas ou três vezes a embarcação teve dificuldade de atracação e ficou a deriva no mar.
E tudo está acontecendo no período mais procurado pelos veranistas que continuam prestigiando a nossa orla, apesar do aspecto bucólico de nossas praias. Será necessária dose extra de paciência para ficar na fila de veículos, levar pomada para aliviar as picadas de mosquitos e um pequeno farnel para enganar a fome. Por quê? Porquê estes problemas ainda não foram solucionados antes da temporada turística. Claro que pelo desgoverno do Ratinho que escolheu uma equipe de assessores entre amigos, compadres e outros “estrangeiros” indicados pelo seu pai que no conjunto de atuações pouco fizeram pelo estado e quando alguma coisa foi feita contou sempre com a necessária parceria do Governo Federal.
Ou estou enganado ? Qual a obra de vulto do governo estadual? Não lembro de nenhuma a não ser muitas viagens internacionais para “trazer” investidores dando nítida impressão de uma administração pífia. Votei e apostei na juventude do Ratinho esperando que ele inaugurasse uma fase de inovações e prosperidades ao povo do Paraná, porém nunca saiu de sua marcha lenta e está impulsionado pelas verbas publicitárias que torna qualquer governante o melhor e mais imbatível administrador publico.
Até o vice-governador o Piana , que no início do mandato estava sempre representando o governador nas solenidades oficiais e dando entrevistas, parece que deixou a cena para cuidar da administração de Órgão Público que não é do estado e do qual continua presidente. Estou estudando uma estratégia para chegar em Guaratuba sem maiores traumas; claro que não darei a volta pela Rodovia que leva à Santa Catarina, porque não é meu chão e nem de minha preferência. Insisto no meu trajeto exclusivamente pelo solo paranaense. Como vou fazer ? Pensei em pular de asa delta do Pico do Marumby e “pousar” no aeroporto de Guaratuba, dando uma “banana” para o ferry boat. Mas sei que não vai dar certo porque não tenho asa delta e se alguém quiser me emprestar uma eu recusarei de pronto.
Pois só pensei nesta possibilidade e nada mais. Talvez opte em chegar até a saída do ferry vestido de homem-rã e fazer a travessia submersa até Guaratuba. Mas não vai dar certo porque meu óculos de mergulho quebrou; também não quero outro emprestado porque sou míope. Logo quando eu viajar para a minha praia vou com meu poderoso Fiat 147, de cor laranja táxi, com minha mulher ao lado, lanchinho de bordo, refrigerantes , levarei remédios para pressão, para picada de mosquito, para ansiedade e uma bandeira do Athletico. Vou enfrentar a fila do posto de pedágio e a fila do ferry boat. Tudo bonitinho e sem reclamar de nada porque desgraça pouca é bobagem. Claro que vou imaginar que o Ratinho será meu carona na viagem e quando eu chegar na plataforma de embarque da balça, vou sair do veículo tocando minha flauta mágica e fingir que vou pular no mar, mas não afundarei porque conheço o caminho das pedras …
“Tudo é quase verdade nesta crônica e a fantasia de que tenho uma flauta mágica não passa de pura maldade. A minha flauta é de plástico e não encanta ninguém, muito menos ratinho”.
Édson Vidal Pinto
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