E agora, José?
Parece que vivemos em um país de horrores! Cada dia uma nova e inesperada surpresa. Sem contar que há tempo estamos respirando um ar impregnado de revanchismos e de perturbação da ordem pública, sem a necessária disposição legal de colocar um fim pelos excessos e abusos que são cometidos. Dias atrás assistimos arruaceiros enfrentando a polícia nas ruas de Brasília, na tentativa de tomar o Congresso e exigir a intervenção das Forças Armadas. Grupo de posição ambígua pois ao tempo em que querem a saída do Renan e exigem a aprovação do projeto popular contra a corrupção, também pleiteam a queda do Presidente da República.
Hoje, na hora do almoço no Rio de Janeiro grupo de pessoas tentaram invadir a Assembleia Legislativa para impedir que os deputados votassem o projeto de lei em que o Pesão, governador do estado, pretende a redução do seu salário e dos secretários bem como medidas que visam conter os gastos públicos. E ontem, de surpresa, ministro do STF em decisão monocrática determina o afastamento de Renan, da Presidência do Senado. Hoje, no entanto, o mesmo ministro (Marco Aurélio) resolveu submeter à apreciação da Corte o ato que resultou no referido afastamento. Tudo ao som agressivo de seu colega Gilmar Mendes que em entrevista à jornalista teceu crítica mordaz ao afastamento de Renan.
Quadro psicótico e imprevisível. Difícil saber ao certo para onde estamos marchando. Congressistas desesperados pelas recentes delações de empreiteiros levantam suas vozes e buscam uma solução legal que está em trâmite, para salvar seus patrimônios, não a honra porque esta de há muito está no brejo. E para piorar a situação a crise econômica dos estados, a falta de segurança pública, o desprestígio do ensino público, o caos da Previdência e a indispensável e necessária reforma trabalhista. Caldo suficiente para fermentar ainda mais as divergências e fomentar espaços para os que professam ideologias.
Cenário perfeito para os demagogos de plantão aproveitarem da ingenuidade dos mais humildes, forjando-os como massas de manobra para atingirem seus objetivos. Terrível para os trabalhadores que ficam atônitos com os movimentos tidos como "sociais", tornando-se vítimas dos atos premeditados pelos aludidos grupos chefiados sabidamente por pelegos profissionais. Qual é mesmo o nosso futuro ? Esta a pergunta que implica em uma resposta imperfeita. Seja qual for o nível de imaginação e o número de hipóteses que se possa formular, é difícil prever uma resposta satisfatória.
Cada dia uma surpresa, cada momento um sobressalto, dai porquê nem Merlin com sua varinha de alquimista pode tentar prever minimamente para qual saída estamos caminhando. A insegurança jurídica , os arautos de críticas inoportunas, a Imprensa tendenciosa, governantes desacreditados, políticos sem história e ausência de fé não nos permite arriscar um palpite para a saída da crise em que estamos atolados até o pescoço. E pensar que se mantido o afastamento de um peculatário da Presidência do Senado , assumirá um petista recheado de vermelho! Meus Deus! E agora, José?