E agora, José?
Hoje, 30 de janeiro, segunda feira.
Sol! Parece que o dia amanheceu diferente, não é mesmo? A ministra Carmen Lúcia homologou as delações premiadas dos componentes da corporação criminosa conhecida mundialmente como Odebrecht, cumprindo o seu dever de Presidente do Supremo Tribunal Federal.
Depois de vacilar quando acompanhou o ministro Celso de Melo, na decisão majoritária que manteve o senador Renan Calheiros no cargo de Presidente do Senado, tomou a atitude que lhe era exigida em razão do clamor popular.
A homologação em referencia vai colocar a nu nome dos envolvidos no maior escândalo por enquanto, ocorrido na república brasileira da era petista. Tudo sem maiores polêmicas por estar em rigorosa consonância com o que dispõe o Regimento Interno daquela Corte de Justiça.
Todavia, no noticiário do meio dia da Rádio Band News o ministro Marco Aurelio ao ser indagado sobre o ato da referida homologação, embora não tivesse feito critica expressa não deixou de registrar de que se fosse o Presidente não homologaria, procedendo a rápido sorteio do novo relator do feito a quem caberia apreciar o que de Direito.
Em outras palavras, para este controvertido Magistrado nada melhor do que agir como Pilatos, lavando as mãos. Mas não é isso que o povo brasileiro quer e espera da sua Suprema Corte, ele espera serenidade, bom senso e rapidez nas decisões urgentes e outras tidas como de menores consequências.
Nas palavras de Marco Aurélio parece existir nas entrelinhas uma tentativa de desculpas para se eximir da responsabilidade do ato que não foi seu, resguardando-se das reações e desconfortos dos políticos envolvidos.
A ministra Carmen Lúcia colocou nos trilhos o trem descarrilado da Justiça recompondo um pouco do seu prestígio e credibilidade, apesar de contar com um Colegiado deslumbrado por holofotes, câmeras e microfones , de embates pessoais e divorciados de ideias e de indispensáveis discussões jurídicas .
A referida Corte Superior infelizmente na sua atual composição tem se perdido pelo exibicionismo e exagerado uso de desarrazoados e rebuscados argumentos. Com simplicidade e comportamento ético bem que a partir de agora o Supremo Tribunal poderia mostrar à Nação brasileira o seu verdadeiro papel, exercendo com plenitude a jurisdição no sentido de cumprir a Constituição e as Leis sem sofismas, com independência e amor ao Brasil.
E se assim fosse estaria nascendo uma nova República que colocaria o país nos eixos, movimentando a engrenagem da democracia para atender devidamente as políticas públicas, banindo de vez com decisões justas os corruptos e criminosos que infestam a sociedade brasileira.
Nesta quadra histórica que atravessamos cabe ao Judiciário Brasileiro apontar o Norte, dando exemplos de moralidade indispensável para disciplinar o procedimento de todos nós. Cabe ao Colegiado da Corte a tarefa principal. As homologações das delações estão sacramentadas.
E agora, José?