E Choveu em Guarachuva!
Nem precisou abrir a janela do quarto porque dava para ouvir nitidamente pelo telhado de casa que estava chovendo. Com a costumeira preguiça matinal abri os olhos, fitei o teto, ouvi ao longe o latido muito chato do cachorro do vizinho, mas não medi esforços e fui tomar café com a família.
Só então me dei conta que além da chuva também está frio. Claro que não é aquele frio de inverno paranaense e sim aquele frio de verão que só existe no Paraná. Entendeu? Acho que sim. E chuva na praia é sempre sinal de marasmo, pois o veranista não tem muitas opções de lazer. Mas não se você estiver como eu, em Guaratuba.
O difícil é saber como programar bem o dia, pois são tantos os lugares e passeios disponíveis, que se você bobear está na hora de dormir. Se você é um daqueles infelizes que está em Camboriú e lá também está chovendo, meus pêsames. Você vai ficar jogando baralho no apartamento e sofrendo de solidão, porque não tem para onde ir. É pena que você não tenha prestigiado a “nossa” Guaratuba e tenha ido para a mais monótona praia catarinense. Vou escrever sobre o que vou fazer nesse dia frio e chuvoso que não dá nem para ir à praia e nem tomar banho de piscina e tenho certeza que você vai morrer de inveja.
Para começar vou embarcar no trenzinho multicolorido que toca música e circula por toda cidade, puxado por um mini trator e tem três empregados fantasiados de Batman, Homem-Aranha e Arqueiro-Verde. Você tem a impressão que está na Disneylândia. É um barato! E quando ele parar nas Caieiras vou descer e subir no teleférico que passa por cima do morro e vai até a prainha. Um passeio inesquecível. Lá na prainha vou entrar num dos shoppings (são três) para almoçar na praça de alimentação e depois assistir um bom filme nos seis cinemas disponíveis.
Se você não gostar de cinema pode percorre as oitenta lojas do local. No final da tarde vou novamente embarcar no trenzinho e descer na baía de Guaratuba, para ver a competição de velas e o desfile de iates tão luxuosos como aqueles estacionados nas marinas de Mônaco.
Nem o frio e nem a chuva chegam a atrapalhar aquele verdadeiro festival de bom gosto. É um deleite para a alma. E o jantar? Minha preferência é a cobertura do restaurante “Tokio”, localizado no centésimo quarto andar do menor edifício construído na cidade, por ser um ambiente simples e com ótimo cardápio.
Depois pretendo assistir “Cats” uma peça que está sendo encenada em um dos teatros da cidade. Nos outros estão apresentando “Casa de Chá de Luar de Agosto”, “Miss Saigon” e “Madame Butterfly “ que eu já assisti nas últimas temporadas que passei por aqui. E se você pensa que se continuar chovendo por uma semana inteira não terei mais aonde ir, não se iluda. Não falei do Morro do Cristo com seu telescópio de longo alcance, dos movimentados cassinos da praia dos paraguaios, dos shows noturnos dos hotéis da orla, do trepidante comércio da cidade e das três bibliotecas municipais e museus com acervos espetaculares.
E muito menos falei do aeroporto local com voos oriundos de várias partes do mundo, trazendo levas de turistas. E o frio e a chuva? Em Guaratuba pouco importa, pois não faltam opções e lazer para preencher o tempo. É verdade que os “Justus” atrapalham um pouco o progresso, mesmo assim não conseguem arrefecer o empreendedorismo de seu povo...
“Praia e chuva nunca deu liga. Salvo que você esteja em Guaratuba, um paraíso litorâneo de mil e uma opções. Terra bem aquinhoada pelos governantes e ponto convergente do empreendedorismo paranaense, é o melhor exemplo de uma cidade moderna, dinâmica e progressista. Só Nova York se nivela”.
Edson Vidal Pinto
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