E o Paraná Sem Voz!
O que está acontecendo com os homens públicos e as mulheres do Paraná que não se posicionam preferindo ignorar a crise que está em plena efervescência no país ? Medo ou omissão proposital para só escolher qual lado optar depois de decidido o rumo da controvérsia ? É lamentável a falta de liderança de alguém que poderia dar um norte e servir de luz para o povo sair da escuridão, pois quando o cenário está embaçado um líder se presta muito bem para indicar o caminho entre as pedras e assegurar a harmonia e o bom senso da sociedade. Infelizmente o Paraná carece atualmente de liderança pois está órfão e sem rumo.
E para um estado que teve em ocasiões pretéritas lideranças incontestáveis que primaram por exercer a autoridade sem receio, estamos dentro de um grande vácuo sem que ninguém apareça e apenas aguardando o que sobrará da crise. Nossos políticos imitam avestruzes que colocam a cabeça dentro de um buraco aguardando que o pior passe bem longe, como se isto fosse possível. Em uma crise nacional como está desenhada pela quebra de harmonia entre os Três Poderes da República e com notória ameaça ao regime democrático, neste momento a voz do Paraná já estaria ecoando lá pelos lados de Brasília, com posições claras e conhecida pelos protagonistas.
No entanto nossas “autoridades” estão mudas fingindo que nada de grave está acontecendo ou por acontecer. Dentro de meu livre pensar e de escrever estas crônicas sempre primando por exercer o direito de externar o meu direito de opinião que a Constituição Federal me autoriza, externei publicamente na última eleição para governador que meu voto seria do então candidato Ratinho Jr., por ser um jovem político que primaria por fazer uma grande gestão pública porque teria um futuro promissor na política. Ledo engano. Desde que ele assumiu a sua administração não passou de publicidade, muita conversa, viagens e quase nenhuma produtividade.
Cercado por um secretariado quase desconhecido e de assessores escolhidos da cozinha de sua casa , a única coisa boa que fez para si mesmo foi costurar a reeleição através de conhecidas raposas da nossa velha política. Nada mais além disto. Ou estou errado? E na atual crise quando os governadores dos estados resolveram se reunir para tomarem decisão conjunta a fim de apaziguar (ou não) os ânimos, o Ratinho ao invés de estar presente mandou o Vice-governador para representá-lo. Fugiu da briga. Agiu como avestruz. E os nossos três Senadores?
Tal como a Conceição ninguém sabe e ninguém viu onde eles estão nesta cortina de fumaça. Nem um pronunciamento de impacto, de tomada de posição mesmo sabendo que são oposição ao governo federal e participam de um mesmo partido político, mas como homens públicos deveriam ter a decência de dizer alguma coisa para dar satisfação aos seus eleitores. Também estão com a cabeça no buraco e dele só vão sair na hora de pedirem votos para continuar no “bem bom”. Dentre os deputados federais só vejo o Stephanes Júnior fazendo pronunciamentos na Câmara e tomando partido na defesa do governo, ninguém mais.
No âmbito da nossa Assembléia Legislativa nenhuma voz, todos eles ignorando que a crise é nacional e que terá consequências diretas nos estados. E o Prefeito Greca concedendo honrarias ao governador de São Paulo para lhe dar de bandeja um palanque político na capital. E a crise ? E as vozes do Paraná ? Onde estão ? Sei muito bem que as pessoas idôneas e qualificadas não querem entrar na política com medo de perder o bom nome, por isto, infelizmente, que os nossos representantes políticos são sempre os mesmos. E o pior : não são de nada …
“Na pior hora de qualquer crise que as lideranças se revelam, mesmo que sejam para saírem vencidas. Quem exerce cargo público relevante tem o dever de dar seu recado e tomar posição em qualquer dos lados. A omissão é sempre a causa de todos os males.”
Edson Vidal Pinto
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