E o Vento Levou!
Nunca na história do Brasil se ouviu falar em tanto dinheiro como hoje em dia. Há muito foi ultrapassada a barreira dos milhões de Reais. Dizer que um senador “emprestou” quatro milhões de Reais de um empresário “bonzinho” para pagar algumas dívidas supérfluas, nem causa mais espanto.
Os Odebrecht et Caterva banalizaram o valor da moeda. As propinas ultrapassaram a casa de centenas de milhões de Reais, enchendo os bolsos dos políticos agradecidos. Fora os crimes de peculato, nas modalidades de apropriação e desvio, contra o Erário, BNDES, PETROBRAS, BB, CAIXA ECONÔMICA e dezenas de outras empresas públicas, somam-se, também, as malas misteriosas de dinheiro transportadas pelas ruas e de escritórios para apartamentos de luxo.
Políticos e seus familiares nunca “ganharam” tanto em tão pouco tempo. Não fossem as ações moralizadoras do Ministério Público Federal, talvez a orgia com o dinheiro público estivesse proliferando como Maná.
E os personagens dessa hecatombe de roubalheiras? Todos conhecidos e devidamente identificados nos inquéritos e processos que tramitam no Judiciário, e nas varias delações premiadas.
Pelo andar da carruagem deve ainda faltar muita gente para ser arrastada pelo tsunami da moralidade, embora seus nomes sejam conhecidos por todos os contribuintes. Por quê? Ora, porque são sempre os mesmos ao longo das últimas décadas.
Qualquer criança é capaz de soletrar seus nomes; os únicos que ignoram os enriquecimentos súbitos e indevidos são os fiscais da Receita Federal. Estes preferem comer o fígado dos assalariados porque não requer esforço e nem trabalho. Este é o cenário atual de um país sem timoneiro e nem rumo.
E agora vem o pior: aguentar a conversa mole e o lengalenga dos safados. Todos negam de pés juntos que nunca receberam propina, nem desviaram e muito menos se apropriaram de dinheiro ilícito algum. Suas riquezas são frutos do suor de seus trabalhos.
Ah! Entendi. Todos são inocentes e vítimas de calúnias de gente que não tem o que fazer e que só inventam mentiras. Tá passará doravante a acreditar nisso. E se alguém me perguntar o que eu acho da “dinheirama” que desapareceu, eu sem nenhum cinismo responderei: o vento levou. E desculpe-me se eu cair na gargalhada!
“Pilantra que se prese nunca admite a autoria de falcatrua. Ninguém foi mais professor disso que o Maluf. Quando lhe mostraram a sua assinatura num documento falso ele respondeu: - Óbvio que a assinatura é minha, só que não fui eu que assinei!”