Ecos de Guaratuba.
Desde o ano passado eu não volto à Curitiba, pois cheguei aqui na praia no último dia 30 de dezembro, véspera do ano novo. Foi um período de muito sol e calor; porém como sempre, não coloquei meus pés nem na areia e muito menos na água do mar.
Nenhuma discriminação ou coisa parecida é que gosto mesmo de ficar em casa, ao lado da piscina e curtindo a família. O mar eu só gosto de ver quando ando (de carro) na orla ou vou à casa de primos queridos que moram em uma mansão na frente da baia.
Na praia gosto muito de ler e ficar olhando as nuvens flutuando no céu. Exercício? Ah! Sim, claro, faço muito exercício físico quando dou alguns passos em volta da casa ou quando atravesso a rua para conversar com o vizinho da casa da frente. E já acho que cometi excessos. Férias de aposentado tem que ser gozada ao pé da letra: de papo para o ar! Mas não me descuido das minhas obrigações, pois fiscalizo meu concunhado quando ele está trabalhando na jardinagem, pois cobro dele disciplina e atenção no que está fazendo para que a grama seja bem cortada e não fique nenhuma pétala de flor caída no chão.
Sou um verdadeiro feitor e dos bons. Novidade mesmo é que eu participei da missa do dia da Nossa Senhora do Bom Sucesso, Padroeira da cidade quando de longe conheci o prefeito, pois ele como “bom” político segurava o andor que conduzia a Santa e fiquei com medo que soubesse que dentre os presentes: eu era eu. Explico: o homem tem quase dois metros de altura e por não conhecê-lo tenho atrevidamente reclamado do preço do IPTU e metido o pau na sua péssima administração. Ele com certeza devem saber que tudo o que escrevo é brincadeirinha. Mas desde então, mesmo ficando em casa, fico vestido com minha armadura.
Afinal, mais vale prevenir do que remediar. Pena que minha vestimenta esteja enferrujando, deve ser a maresia. No mais foi uma temporada perfeita. Escrevo dentro do carro, na travessia do navio de luxo de uma companhia norueguesa, que faz o longo trajeto de uma semana ligando Guaratuba à Caiobá, a ex-Divina.
Estou retornando para a Capital, via Paranaguá. Minhas dúvidas? Como estará Curitiba, a minha querida Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais? O Ratinho já implantou tudo que prometeu? As finanças do estado já foram colocadas a nu? O Prefeito tapou os buracos das ruas e avenidas? O Francischini já é o candidato oficial do governo para prefeito? O deputado Traiano já se lançou candidato a governador do estado? A Copel já foi vendida? A arena foi leiloada? Tem algum político ou secretário preso ou foragido? Ou só os mesmos? O Haddad tem vindo muito a Curitiba e ido a Missa? O Requião voltou da China? O Coxa foi campeão do mundo? A Gazeta do Povo ainda existe? Tem alguma bicicleta de aluguel ainda inteira? A Justiça do Trabalho foi extinta? E o prédio foi devolvido à Sociedade Rio Branco? Puxa, são tantas as indagações que orbitam em minha cabeça enquanto retorno a minha cidade natal.
Estou ansioso para saber as novidades e transformações que ocorreram de um ano para o outro; é o que dá ficar muito tempo fora sem ler um único jornal e só ficar ouvindo as cretinices do “Jornal Nacional”.
A gente se sente um troglodita por tanta desinformação. Sinceramente? Só espero que Curitiba ainda esteja no mesmo lugar e que o Lula esteja preso a fim de não carregar a cidade para um depósito qualquer, como fez com o rico acervo do patrimônio nacional quando deixou o cargo de Presidente da República...
“Voltando para casa, para o ninho, para a poltrona do meu escritório, para varanda onde vejo o Parque Barigui. Ah! Já estou sentindo falta do azul do mar, do vento refrescante e da areia quente que queima os pés. É sempre assim: “Ser ou não ser, eis a questão!”
Edson Vidal Pinto