Eleições Americanas
Se na Georgia um estado sabidamente tradicional e conservador os eleitores penderam para o lado de Joe Biden, é porque a eleição que se arrasta por longos dias está decidida. Nada poderá reverter a acachapante derrota de Donald Trump, um Presidente que no Poder não conseguiu se reeleger.
Façanha reservada para poucos pois com toda a Máquina Pública ao seu favor não é nada fácil ser derrotado, no entanto pela falta de empatia com o eleitor e com equívocos na política externa aliada aos episódios racistas envolvendo policiais, o Presidente foi criticado e execrado pela Imprensa. E os grandes jornais com a linha editorial moldada no discurso do Partido Democrata despertou na opinião pública uma certa aversão de como o país está sendo conduzido, inclusive nos desencontros político-econômicos com a China.
Embora a economia americana esteja em alta e diminuído o desemprego, Trump não soube se comunicar e nem explicar para povo que prima pela liberdade e o direito, um muro construído na fronteira mexicana e muito menos a com as expulsões de latinos do solo americano. Claro que muitos destes (mexicanos e latinos) também entraram ilegalmente há muitos anos para ter uma nova vida. E milhões deles conseguiram obter o green card e permaneceram legitimamente como cidadãos americanos e votam, mas com certeza não votaram no Presidente.
Escrevo de memória e não lembro de nenhum grande escândalo ocorrido na sua administração, salvo os arroubos e truculências encenados contra os jornalistas que lhe fizeram perguntas indigestas. Também não se saiu bem nos dois grandes debates na televisão. E quando Joe Binden tomar posse como ficará as relações com o Brasil? É claro que o Bolsonaro sempre procurou estreitar a aliança do Brasil com os Estados Unidos, até porque ambos os países tradicionalmente sempre se alinharam em questões internacionais, tudo com o objetivo de reverter o estrago causado nesta relação pelos governos do PT.
No início quase aconteceu de um filho do Presidente brasileiro ter sido indicado Embaixador naquele país, sendo certo, também, que ele torceu ostensivamente pela sua reeleição. Será que o Biden partirá para uma revanche? Num seu discurso de campanha “ameaçou” a soberania do Brasil ao dizer para o mundo que a Amazônia é um patrimônio que transcende os limites de nosso país. E ele vai fazer o quê? Claro que nada e muito menos vai querer retalhar as relações comerciais com seu principal aliado na América do Sul. E sabe por quê? Porque tanto os políticos de lá como os políticos de cá são da mesma espécie e gênero.
Nada que um sorriso, um abraço e um aperto de mãos não resolvam as diferenças. Isto se chama política -, portanto a eleição do Joe não será danosa ao Brasil, embora possa ser mais tolerante com os dirigentes da esquerda. Basta lembrar a visita que outro Presidente Democrata, o Obama fez à Cuba para estreitar relações com Fidel Castro. Uma visita sem eira e nem beira. Ou alguém imagina que o Exército Americano vai invadir a Amazônia? Ou que a CIA vai derrubar o Bolsonaro do Governo? Ou que não vão comprar o nosso trigo, soja, carne e nem o nosso petróleo? Tudo vai permanecer politicamente como está, apenas o Trump vai voltar a frequentar o seu luxuoso escritório na cobertura do edifício que tem o seu nome, na Quinta Avenida, em Nova York. E o Joe vai ter que aprender a governar se quiser manter a paz com os demais países do mundo ...
“A troca de Presidente num país democrático resulta do processo que permite a alternância do Poder. Eis aí a pedra de toque da liberdade que o cidadão tem de votar e ser votado. E cada novo Governo permite a oxigenação, renova a esperança e o sonho da paz social”.
Edson Vidal Pinto
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