Embaixadores & Urnas.
Sempre existe novidade no front de batalha quando as urnas eletrônicas usadas pelos eleitores brasileiros para registrar seus votos são questionadas e vilipendiadas por absoluta falta de bom senso.
Urna eletrônica não passa de um aparelho programado mediante rigorosa fiscalização para receber votos; e por não possuir componentes sofisticados e nem estar interligada em rede com outros aparelhos iguais, não pode ser hackeada por terceiros e nem sofrer adulteração na sua contagem.
Uma vez desligada da tomada a urna deixa de funcionar, tal qual um aparelho de TV. Conhece alguém que já manipulou uma TV valendo-se de um outro aparelho similar ? Pois, é. Sei que não adianta atestar a lisura dos Tribunais Eleitorais quanto a referida urna e os resultados dos pleitos pois seria chover no molhado.
Tudo bem; sem querer malhar em ferro frio e dando a mãos à palmatória que a urna eletrônica é um pingente para picaretagem, alguém poderia me dizer o que os embaixadores de outros países tem há ver com a nossa urna? E com a nossa eleição? Eles por acaso são técnicos em eletrônica ou fiscais do nosso processo eleitoral? Primeiro foi o Fachin que convocou essa categoria de profissionais para pedir que atentem contra os ataques sistemáticos do Presidente contra a Justiça Eleitoral e as urnas de votação, por quê será? Eles são juízes para dirimir dúvidas? Ou vão se prestar como testemunhas em processo instaurado no âmbito da Comissão de Direitos Humanos da ONU? Ora, brincadeira tem hora.
Por quê um juiz vai se valer de uma reunião com embaixadores? Seus países de origem por acaso vão declarar guerra contra o Brasil, caso o Presidente continue colocando em dúvida a lisura do processo eleitoral? Pura perda de tempo.
Depois o Presidente resolveu convocar os mesmos embaixadores, com certeza para colocar mais dúvidas no bom uso das urnas, e quiçá obter deles o apoio necessário para espalhar no ventilador que todo o processo eleitoral brasileiro está contaminado, claro para eleger o Luiz Ignácio.
Outro erro obtuso. Embaixador tem por dever zelar pela representatividade de seu país aonde estiver designado, estreitando relações comerciais e amizade entre as Nações. Eleição é assunto que não lhes diz respeito. A campanha eleitoral ainda nem começou de direito e está gerando uma montoeira de insinuações, violência, vesguice e fuleiragem.
Bem pior que os pleitos anteriores porque a turma do STE não tem a mínima classe e postura para bem dirigir uma eleição majoritária em que as apostas são altas e quem perder não se aprumará mais.
Ontem o meu Fiat, 147, cor laranjada táxi , uma relíquia sobre quatro rodas, quebrou quando eu trafegava pela rua Vicente Machado, por sorte vi um antigo componente do bloco carnavalesco “Embaixadores da Alegria” e pedi para ele ouvir minhas lamúrias, suficiente para o motor como um milagre voltar a funcionar.
Putz, revendo meu ponto de vista, acho que os embaixadores também servem para outras coisas, se meu amigo dos “Embaixadores da Alegria” conseguiu consertar meu carro, talvez os outros de carreira consigam colocar algum Juízo nas cabeças de quem os convidou para ouvirem besteiras …
“Se o motor do trator não funciona adianta chamar um domador de leões para consertar? O que um embaixador tem ou sabe para colocar o processo eleitoral brasileiro nos eixos ? Cada dia está mais difícil entender as autoridades deste país tão varonil.”
Édson Vidal Pinto