Empréstimo Consignado
É voz corrente que a maioria do povo brasileiro é incapaz de controlar a própria saúde financeira, pois gasta mais do ganha porque os salários não suprem as necessidades básicas; ou porque não controlam os seus gastos. Sem perder de vistas que a inflação tem contribuído, e muito, para o endividamento e a inadimplência. O país vive sob o império das Instituições Financeiras com seus juros escorchantes e absurdos, bem como, das Administradoras de Cartões de Crédito, a elas vinculadas, que são verdadeiros agiotas legalizados. E quem ousar dever um único mês do Cartão de Crédito sofrerá no bolso as 7 pragas do Egito pois jamais se esquecerá delas pelo resto da dívida. Para o assalariado ou aposentado que tiver dívida, os bancos oferecem o chamado “empréstimo consignado”, com juros milimetricamente menor do que o normal porque não existe nenhum risco contratual, pois a parcela mensal do empréstimo é descontado diretamente do salário do empregado. É impossível deixar de pagar o débito consignado. Ora, salário ou proventos de aposentadoria são verbas destinadas à subsistência do empregado e de sua família. Houve um tempo que nominado empréstimo não poderia comprometer mais do que vinte e cinco por cento do valor líquido do salário do empregado, a fim de não abocanhar parte substancial de seu ganho. Com o passar do tempo, referido percentual de comprometimento do salário, foi aumentando a ponto de, hoje, ser permitido que a parcela mensal da dívida possa chegar a alcançar quase metade do salário do empregado. E como dito, os salários além de não serem minimamente suficientes, também, estão defasados. Portanto, quem suporta viver com a metade do salário ? Em razão disto, uma dívida puxa a outra e ,assim, o devedor entra num rodamoinho de empréstimos consignados que induz seu próprio empobrecimento. Este é o círculo vicioso de um mundo cão. Pois, bem. O governo federal dentro da política pública do chamado “assistencialismo” com “bolsas” de todos os tipos e tamanhos para socorrer os menos favorecidos e excluídos, tem uma carteira de milhões de beneficiários que recebem o dinheiro publico através de contas bancárias em estabelecimentos oficiais. Um verdadeiro tesouro para as financeiras obterem lucros mais fáceis e sem riscos. Como ? Através do “empréstimo consignado”. E dias atrás o STF “autorizou” que as verbas assistenciais com finalidade social possam ser consignadas por dívidas. Não precisa ser adivinho para saber que os pobres serão mais pobres, e as financeiras muito mais ricas. E o pior: o comprometimento da “bolsa” pode ser de até quarenta por cento. Logo, logo o Luiz Ignácio e o Haddad vão ter que “criar” a “bolsa socorro” para socorrer a “bolsa família” a fim de que o beneficiário possa ao menos comer…
“Os juros bancários são criminosos e os dos Cartões de Crédito uma afronta a inteligência de qualquer ser humano. Dizem os entendidos que juros altos correspondem aos riscos de inadimplência.
É claro que uma coisa leva a outra. Um ciclo vicioso : sem começo e nem fim.”