Enfim O Brasil Está Vivendo O Carnaval Curitibano
Nunca diga “dessa água não beberei” porque o mundo dá voltas e tudo pode acontecer. Pergunta: será que um dia passou na cabeça de algum folião que chegaria a data dos festejos comandados pelo Rei Momo sem o carnaval ? É uma festa popular que está no sangue do povo brasileiro menos dos curitibanos; pois entre nós tirando uma dúzia e meia de carnavalescos que se arrastam na rua Marechal Deodoro atrás de um batuque desanimado, é mais uns dias de feriado que serve para descer ao litoral.
O carnaval de Curitiba parece uma festa de cortejo fúnebre sem defunto porque não tem alegria e nem graça, fantasias confeccionadas sem nenhum bom gosto, não tem carros alegóricos, nem artistas como destaques e nem mulheres artistas de circo. Os blocos “Não Agite”, “Embaixadores da Alegria”, “Bola Preta”, Sapolândia” e outros de menor expressão hoje só vivem na memória de bem poucos e o dr. Cadilhe , o nosso folião-mór , deve estar comandando a batucada lá no alto atrás de alguma estrela. Também não tem mais o cortejo de carros na Rua XV de Novembro com seus ocupantes fantasiados, nem o vai e vem de pessoas nas calçadas com máscaras de papelão, bisnaga, confete e serpentina.
Nosso carnaval dos anos setenta do século passado para cá minguou e ficou infinitamente menor do que já era, servindo de deboche para o resto do país. Tá, tudo bem, dizem até os católicos que ficar em “retiro” é mais divertido do que assistir o carnaval curitibano. E hoje ? Tem muito folião do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Santa Catarina e Pernambuco que está sentindo na pele o que é o carnaval curitibano -, sambódromos e ruas vazias e carnavalescos confinados em espaços reservados para um arremedo (igual ao nosso) de carnaval.
E o que fazer até quarta-feira de cinzas ? Para o curitibano o de sempre : quem está no litoral só tem que rezar para não chover; quem ficou na capital a vidinha de permanecer na frente da TV, sofrendo com as notícias da Covid e da guerra, almoçar fora e se ainda der tempo enfrentar um “retiro” com algum padre animado que permita um bailinho ao som de violão.
E para quem morar fora de Curitiba ? Se tiver praia que vá tomar banho (?) e depois seguir a cartilha dos curitibanos. Ah, não vai não ? Quer fazer alguma coisa diferente ? Tudo bem : leia a “Carta de Puebla” recomendada pelo octagenário Requião e aprenda como será o futuro governo do Luiz Ignácio.
Ou você também não acredita na DataFolha ? Não acredita ? Então você é um chato e chato não curte e nem sente falta do carnaval…
“Carnaval sem carnaval. Situação bizarra para quem não é curitibano. Mas para quem não pode ficar sem a festa do Momo ainda dá tempo de entrar num “retiro”, pois tem muito padre animado que pode autorizar um bailinho de carnaval ao som de um violão.”
Édson Vidal Pinto