Enfim, Paris!!!
Enfim, Paris!!! (Crônica no. 3.774). Hoje, 27 de julho de 2.024, sábado. Depois de sair de Curitiba e percorrer mil trechos de estradas esburacas e asfaltos sofríveis, atravessando o Oceano Atlântico com meu Fiat 147 numa jangada alugada, finalmente cheguei hoje (perdi a festa de abertura das Olimpíadas) em Paris. Ah, antes de mais nada para evitar críticas, mudei a pintura do meu magnífico e insuperável carro que é símbolo augusto da engenharia automotiva, da cor alaranjada Fanta para a cor amarela, para homenagear a participação do Brasil nas Olimpíadas. A foto que ilustra esta crônica registra o momento que parei embaixo de uma das pontes do Rio Sena, para um mergulho a fim de tirar a poeira da viagem. Antes de mais nada uma fofoca que não passa de verdade sabida: quando vinha em direção ao rio, vi dois namoradinhos de mãos dadas numa das esquinas, juro que parecia o Mácron com a Janja mas não posso dizer se era ou não, parecia apenas. Claro que não vou manchar com maldade o passado e a história da referida moçoila, Deus me livre. Ah, Paris do Moulin Rouge, de Edith Piaf, Aznavour, Fernandel, Manet e do cinema noir, da torre Eiffel e do comunismo inocente de eternos revolucionários bolcheviques . E sabe que a água do Sena está limpa e cheira Cashemer Bouquet ?
E pensar que nós paranaenses temos o nosso rio Ivo e Iguaçu que deixam muito a desejar e sem falar no rio Tietê da pauliceia desvairada, sempre com mal hálito e com dejetos na sua água. Mas aqui em Paris não, dá para escovar os dentes aproveitando as águas do Sena, pelo menos, enquanto perfurar as Olimpíadas. É sempre assim, depois da festa vem o abandono e a sujeira toma conta da cidade. Soube por aqui que o famoso jogador brasileiro Zico quando chegava no hotel com sua esposa, foi assaltado por dois indivíduos que levaram a sua mala que tinha euros e brilhantes, causando-lhe um prejuízo de meio milhão do euros. Purz, o que será que ele veio fazer aqui na França ? Sei que ele é o embaixador da delegação dos atletas brasileiros que vão disputar as competições, mas precisaria trazer uma fortuna nesta viagem? Será que declarou referidos bens na alfândega quando saiu do nosso país, ou veio aqui para fazer o quê? Mostrar que é milionário? Tá, melhor deixar o “Galinho” de lado porque não sou “pulicia” federal e nem funcionário da Receita Federal. Sai da água com meu corpo seco pois aqui está fazendo um calor que nem camelo resiste; vou agora com meu Fiat 147 de cor canarinho, impecável e de excepcional bom gosto, me hospedar no Hôtel de Crillon que reservei para passar uns dez dias ou pelo menos até quando eu me encher de ver e ouvir os jogos que nada tem de olímpico. Skate, handebol, surf, futebol, peteca e aquele que é jogado na cancha de gelo onde um atleta arremessa uma panela de pressão e três outros desmiolados correm com vassouras para limpar a passagem do objeto, protagonizando cenas hilárias. Estou pensando na minha volta para o Brasil, combinar com o Tucides para nós apresentarmos ao Comitê Olímpico Internacional outras modalidades esportivas para serem jogadas na próxima Olimpíada em Brasília. Truco, pôquer, caxeta, pião, raia, dominó, xadrez, bafo, gamão, biblioquê, burro, paciência e Mico, entre outros, para testar a capacidade mental dos competidores. Claro que não faltará também três modalidades importantes: Cobra Cega, trinta e um e pega ladrão. Este último jogo terá como personagem principal o Luiz Ignácio, mas se ele não quiser será convidado o irmão da Maria Louca. Bem por hoje é só. Vou para o hotel dormir e pensar como irei pagar a diária de 2.500 euros, multiplicado por dez dias e mais vinte por cento, que não será fácil. Tomara que o Zico recupere o seus 50.000 euros que estava carregando na mala, para me emprestar uma quirera de dinheiro para me ajudar a pagar as diárias de minha hospedagem…
“Fui à Paris com a cara e a coragem, sem patrocínio, sem violão e nem reco-reco.
Mas como bom brasileiro vou dar um jeitinho para me sair bem. Ah, também vou ver meu filho Luiz Gustavo, artista visual que pelo Estado do Paraná vai pintar um painel na local onde estão alojados os atletas brasileiros. Cada estado mandou um pintor para igual tarefa. Sucesso meu filho!”