Escola X Ensino.
Hoje, 20 de fevereiro, segunda feira.
Tempos difíceis para educar filhos menores em escolas públicas. Dizem os expertos da área social que a modernidade trouxe novos horizontes ao aplainar as diferenças entre o lúdico e a realidade da vida. A nova etapa exige saber conviver com opções sexuais contrárias, igualdade de gênero e imposições ideológicas.
O ensino como arte de aprendizado básico para auferir conhecimento passou a ser secundário. Os educadores querem incutir na mente do aluno não mais conhecimentos gerais, mas posicionar o educando com a realidade social vista pelo vértice de quem ensina.
Acabou a época das prestimosas normalistas que tinham por missão ensinar a ler e escrever, lecionando com amor e espargindo respeito na educação, e de igual maneira deixaram de existir os professores dos antigos cursos ginasial e científico. Nestes os alunos eram preparados degrau por degrau para chegar às portas das Universidades. O uso do melhor vocabulário e frases bem compostas era marca registrada dos mestres educadores.
Hoje, infelizmente, uma calamidade. Claro que existem boas exceções. A escola era um complemento perfeito para a educação que cada aprendiz trazia do seio de sua própria família. Não existia sindicato regendo o professorado com cabresto e umbilicalmente ligado a Partido Político, existia associação de classe para defender o direito dos filiados e sem se imiscuir em assuntos do Magistério, este rigorosamente reflexo da política do ensino ditado pelo MEC ou pelas Secretarias de Educação. Eventuais arestas eram discutidas nos Núcleos de Educação, foro competente para os ajustes de todas as ordens.
Não havia barril de pólvora separando professores e governantes, os tristes e lamentáveis embates ocorridos no Centro Cívico refletem mais o espírito de agressividade e despreparo dos coordenadores do movimento dos professores, do que a falta de sensibilidade e diálogo dos gestores públicos. Lembro-me do episódio ocorrido no Governo Álvaro Dias porque atuei no processo criminal, da prova testemunhal produzida foi forçoso concluir que agitadores infiltrados no movimento retiraram o Petit Pavê do calçamento e passaram a arremessar contra os policiais montados em cavalos, tendo estes reagidos com tiros de borracha.
No processo a então Presidente do Sindicato (Prof.ª Isolda) ao prestar declarações admitiu ter visto pessoas estranhas arremessar pedras contra a polícia. Gestos dolosos e bem engendrados que desencadearam verdadeira praça de guerra. Já no segundo fato, agora ocorrido no atual governo, nada mais sei do que li nos jornais, tentativas de invasão no Palácio Iguaçu e Assembleia Legislativa com um folclórico Secretário de Segurança Pública na frente dos holofotes e dando um show inusitado de vedetismo e incompetência. Circunstância que serviu de motivação para aumentar a insatisfação contra as autoridades constituídas. Impasse até agora não resolvido entre os envolvidos.
O que esperar das escolas públicas? No Paraná a solução mais óbvia seria privatizar as universidades estaduais porque o ensino universitário não é obrigação do estado, mas sim do Governo Federal. E com o dinheiro em caixa aplicar no ensino básico e fundamental, reorganizando os prédios das escolas, aparelhando-as com tecnologia de ponta e reciclando os professores. E com certeza sobraria verba pública.
As universidades estaduais são sumidouros de dinheiro e comprometem fração significativa da arrecadação mensal do Estado. E para concretizar esta revolução na educação precisaria ser chefe do Poder Executivo alguém que não tivesse mais aspiração política, porque lhe pesaria nos ombros até o túmulo a responsabilidade de liquidar com o sonho do Dr. Paulo Pimentel que criou as Universidades estaduais.
A gratuidade imposta depois de anos e por outro governador é que transformou o sonho em pesadelo. Os cofres públicos estão exauridos pelo gigantismo do próprio estado, a solução proposta exige cortar a própria carne para socorrer o primado da educação publica, pois sem esta o Brasil continuará sendo comandado pela ignorância da língua presa e vivendo da ilusão vendida por politiqueiros e ideologistas de plantão. Ou a escola pública não é mais lugar para ensinar?
É hora de alguém responder com urgência.