Esganem o coelhinho!
Hoje ninguém deve comer carne porque é pecado, nem falar alto, nem ouvir rádio, nem assistir televisão porque é sexta-feira santa. Mas onde mesmo está escrito isto na Bíblia? O Livro dos Livros apenas diz para os cristãos preservarem o sábado como dia de descanso e dedicado com orações ao Senhor. A sexta-feira Santa é uma tradição religiosa por ser a data da crucificação de Jesus Cristo, é uma data móvel do calendário por depender do dia da ressurreição (Páscoa). Nada contra, pelo contrário, que o dia de hoje também seja santo como quer o Clero. Tradição é tradição. A Páscoa no entanto tem um significado especial porque a Ressurreição de Jesus Cristo tem o significado simbólico de “renascer”, quando os Cristãos fazem sua expiações para não cometerem mais os pecados pretéritos e ressurgirem para uma nova vida percorrendo caminhos do bem e da virtude. E como pecadores temos sempre que dar um pulo para sair do nosso pequeno mundo em busca da prática do bem e do amor ao próximo. Esta a grandeza dos seres humanos para formarem uma sociedade mais justa e equilibrada. Tudo bem, ótimo, perfeito, porque todos precisamos de quando em quando de uma sacudida para nos lembrarmos de nossas imperfeições. Viva a Páscoa! Mas onde se encaixa dentro dela a figura do Coelhinho da Páscoa? Tudo bem que é um animal quadrúpede, da família dos Leporidae por ser primo da lebre, dócil, cativante, com olhos amendoados que habita o nosso imaginário dentro das fábulas e histórias infantis. Até aí tudo bem: mas por quê ele tem que “carregar” os ovos de chocolate para representar os presentes que todos esperamos quando chega o domingo de Páscoa? Pensando bem é um animalzinho nocivo porque o chocolate que entrega nas casas dá urticária, dor de barriga, desinterna, febre, ânsia, enjoo e até infecção intestinal. Afinal: quem introduziu o coelhinho na Páscoa? Com certeza um comerciante de chocolate mal intencionado que estava na porta da falência, que se aproveitou da Ressurreição de Cristo para vender sua mercadoria encalhada. A ideia foi ótima e valeu por muitos e muitos anos, só que agora, com os ovos de chocolate custando o olho da cara, esta invenção tem que acabar. Pois não dá mais para comprar chocolate como presente de Páscoa; ou o comprador adquire outro produto para presentear (pequeno pacote de balas 7 Belo, um pacote de barquilha, uma caixinha de Maria-Mole ou uma coleção de cinco tipos de pirulito) ou vai ter que esganar o Coelhinho para ele não entregar mais nenhuma porcaria a domicílio. A solução é radical , com uma só alternativa para não acabar com a raça dos bichinhos: baratear o custo dos chocolates e nada mais.
Como o Luiz Ignácio é ateu mas é amiguinho do Francisco ele poderá apresentar uma alternativa governamental e permitir que os compradores de chocolate deduzam suas despesas no Imposto de Renda. As sugestões estão na mesa, enquanto não for resolvido o impasse, quem tiver dó dos coelhinhos que levem todos eles para suas casas…
“Jesus Cristo o preço do chocolate está nas alturas, parece que o cacau está cotado igual ao grama do ouro. Abaixo o Coelhinho da Páscoa! Chega de seguir o figurino -, presenteie com amor, com um abraço, com um beijo ou com um aperto de mão. Pois a Páscoa merece.”