Fazer Política Antes Que Seja Tarde Demais!
Ontem, 02 de outubro de 2.017, segunda feira.
Eu nunca pensei que um dia defenderia o direito de alguém fazer política, se filiando e participando da vida partidária. Na minha vasta trajetória servindo o Paraná exerci cargos políticos como Secretário de Estado da Justiça e Diretor-Geral da Secretaria de Segurança Pública, sem nunca me filiar em partido político, pois sempre entendi desnecessário e dispensável para os exercícios destes cargos.
O bem da verdade nunca tive vontade de pertencer há nenhuma sigla partidária por entender que esta vinculação me diferenciaria e me ligaria umbilicalmente aos seus dirigentes, manietando a minha liberdade de administrar a coisa pública. Sempre fiquei longe da política partidária porque os militantes políticos nunca me inspiraram seriedade em seus propósitos.
E de igual maneira, desde os meus tempos acadêmicos na Faculdade de Direito, quando os Militares se assenhorearam do Poder Constituído, nunca professei qualquer tipo de ideologia senão a de a Lei. Nunca vi na ideologia a melhor solução para a vida em sociedade, pelo contrário, vi pessoas perderem a noção do justo e da decência porque ficaram escravos de líderes demagogos e populistas.
Hoje, no outono de minha existência, faço uma reflexão para rever um conceito equivocado que foi o fato de não militar politicamente. E vejo que errei. O Brasil está mergulhado na lama da corrupção e estamos indignados pelas atitudes inconsequentes e criminosas dos políticos que tomaram conta dos cargos públicos, porque eu e milhões de outros cidadãos brasileiros demos as costas para as atividades políticas. Olvidamos que a democracia exige de todos nós, sem exceção, o dever de falar, discutir, participar da vida partidária a fim de escolhermos na convenção do Partido os nomes que estão aptos a disputar os pleitos eleitorais.
Nos omitimos deste engajamento de cidadania e permitimos que indivíduos desqualificados e descomprometidos com a honestidade, tivessem seus nomes escolhidos para concorrer às eleições e muitos destes foram eleitos. Eu e todos nós assistimos no conforto de nossas casas as disputas eleitorais, os debates, o festival de chanchada com pronunciamentos primários e ideologicamente ultrapassados dos então candidatos, enquanto ficamos mudos e com ouvidos moucos. Eles foram eleitos para os diversos cargos eletivos, muitos assumiram os papéis de agentes públicos, hoje nos governam e ditam o rumo das nossas próprias vidas. Claro porque regem nossa economia, impõem leis absurdas e dirigem as políticas públicas.
E nós? Estamos à mercê dos absurdos, da corrupção sem freio, acuados, às vezes batendo panelas, outras vezes querendo uma reação Militar, porque nos sentimos vítimas de uma quadrilha composta por incorrigíveis políticos. Vítimas? Só se formos vítimas da nossa própria omissão porque demos as costas para a política.
Nunca é tarde para corrigir o erro, precisamos incentivar os jovens a fazer política, política partidária de alto nível, lutando pelas melhores causas e exigindo escolhas de candidatos decentes, quem sabe até defendendo a própria candidatura como direito de qualquer filiado. Esta é a única solução viável dentro de um estado democrático de direito, para reverter o descaso com a vida pública e sepultar velhos e viciados políticos que só defendem os seus próprios interesses.
Chega de dar chance para que os piores governem enquanto os bons apenas pagam a conta. Vamos renovar a política com nomes íntegros e honrados. E já se faz tarde para que a corja dos políticos carimbados de processos comece a sustentar suas famílias, com o suor do próprio trabalho. Precisamos fazer a nossa lição de casa para não chorar mais pelo leite derramado. Vamos votar com consciência e amor na Pátria, chega de mesmice, basta de reeleições...
“Nunca é tarde para reconhecer um erro. Precisamos junto repensar em fazer política.
Único meio para reverter à corrupção que assola o país”.
Edson Vidal Pinto