Fim das Velhas Raposas?
A eleição para a presidência do Senado Federal foi uma novela digna da Rede Globo, pois teve de tudo um pouco no seu enredo: circo; votação com voto aberto; conchavo jurídico na calada da noite com a sempre presença do Toffoli; decisão obrigando votação fechada; muito lerolero; renúncias; voto secreto através de cédulas de papel que eram mostradas em quem o eleitor estava votando (?); um voto a mais na urna do que o número de eleitores; discursos, discursos e mais discursos.
Para o país não interessa quem saiu vencedor e nem seu nome, pois o importante é que o Renan Calheiros não ganhou, nem o Collor e muito menos o oportunista do Esperidião Amim. A sessão foi desdobrada em duas partes, pois começou num dia e terminou no outro, foi um espetáculo deprimente e do mais baixo nível moral e intelectual.
Parecia mais um bando de varzeanos reunidos num baile da terceira idade, pois ninguém sabia ao certo o que deveria fazer quando a música parava de tocar. Na hora de frigir os ovos o Calheiros vendo sua derrota iminente, teatralmente desistiu (no meio do pleito) de sua candidatura e deixou o recinto com sua tradicional soberba.
O cara de pau do Collor manteve a sua e teve no final ridículo três votos. As raposas da velha política (aninhadas no MDB velho de guerra e partidos de menor expressão) foram fragorosamente defenestradas, pois serão apenas Senadores sem nenhuma liderança.
O senador Álvaro Dias também renunciou para permitir aglutinar votos em favor do eleito. Manobra esta muito própria no palco político. Infelizmente o Paraná não conseguiu (ainda) eleger nenhum de seus políticos como figura proeminente da República. Vamos aguardar a complementação do certame. E pensar que a tresloucada dupla Requião/Gleisi nem puderam estar presentes para contribuir com suas notórias gaiatices a festa do arraiá legislativo.
Presidiu a sessão o Senador mais idoso, um quase nonagenário, caricato, neófito e atrapalhado, que numa de suas decisões para suspender a sessão disse a viva voz no microfone uma frase para entrar nos anais e na história do Senado:
- Senhoras e senhores Senadores vou suspender por alguns minutos a sessão, porque preciso mijar!
Essa é a triste realidade de nossas figuras públicas que têm o direito de legislar e até de administrar os destinos de nossa amada Pátria. Felizmente, aos poucos, o povo está acordando e reconhecendo o valor precioso do voto dentro de um país democrático.
As velhas e ensaboadas raposas estão perdendo seus espaços porque a vergonha eles nunca tiveram. Parece que dois dos Poderes da República estão agora satisfatoriamente representados; é lastimável que apenas o Poder Judiciário (STF) continue na mesmice de sempre...
“O povo querendo pode mudar, pelo voto, os rumos do país e banir da vida pública os políticos indesejáveis. Cargo vitalício como de Ministro do STF pode ensejar perda do cargo. O impeachment previsto na Constituição Federal alcança aqueles Magistrados, quando forem desidiosos e julgarem contra a Lei”.
Edson Vidal Pinto