Final do Ano
Estamos praticamente terminando um ano epidêmico, com viés político, com o mesmo ranço jornalístico e pouca perspectiva de voltar à normalidade. E tudo está acontecendo ao redor do Covid-19, com isolamento social, máscara no rosto e de pouca convivência social. Muitos tocaram a vida como Deus manda para não se privar das necessidades básicas, outros no entanto, esperaram o rastro da morte passar ainda sem nenhum sucesso. O vírus continua ao nosso redor.
Dizem uns que é um ano atípico e de aprendizado pois o isolamento compulsório impõe às pessoas a oportunidade de refletir e maturar sobre o futuro das coisas, com o quê eu não concordo. Quando somos obrigados a nos restringir em pequenos espaços nem sempre temos a oportunidade de enxergar a dimensão do nosso próprio meio social e muito menos conjecturar sobre temas relevantes que nos são comuns. O afastamento social no fundo no fundo embrutece as pessoas pela falta da socialização indispensável para depurar as relações humanas -, em uma trincheira o soldado pensa em sobreviver, tem saudades, vive preocupado com tudo que lhe cerca, mas nada mais além disso assimilará em razão do medo interior.
Porque os seres humanos foram criados para conviver em paz com seus iguais, desfrutar do carinho familiar, compartilhar das dificuldades, dos sonhos e projetos e não para ser mero observador ficando longe dos acontecimentos diários. É difícil mudar o hábito da convivência pois assim como o uso contínuo do cachimbo deixa a boca torta, o igual acontece quando habitualmente convivemos com os amigos, porque na falta deles nos sentimos desamparados.
E está difícil explicar como superamos esta paúra em uma época dinâmica em que tudo acorre ao nosso redor como uma vertiginosa corrida sem volta. Basta olhar pela janela e ver o movimento incessante de veículos pelas ruas e de pedestres no frenético balé humano, enquanto muitos de nós permanecemos como meros espectadores. E por quanto tempo ainda? Acabou pelo menos a guerra política sobre os medicamentos que podemos usar para previnir a contaminação, mas não o terrorismo implantado de que teremos muito tempo pela frente sem a indispensável vacina; ou como dizem os mais extremistas um novo e mais potente vírus estará chegando com consequências mais nefastas.
E ficamos todos mergulhados na dúvida vendo tempo passar. E o que fazer? Eis uma questão que exige pensar muito para responder. Àqueles que estão no rol dos prováveis infectados como os idosos e portadores de doenças crônicas devem continuar reclusos e evitar, quando possível, sair de casa. As demais pessoas têm que usar máscara, higienizar as mãos com álcool, evitar aglomerações e continuar trabalhando e vivendo suas próprias rotinas.
Porquê estas são as melhores estratégias a serem cumpridas neste período de incertezas, sem pânico e sem deixar de sonhar em dias melhores. Vez que o final do ano está próximo e chegará quer queiramos ou não; assim como o Coronavírus só viverá um dia na nossa lembrança ...
“A marcha do tempo é inexorável. Com vírus ou sem vírus a vida continua e as pessoas têm de superar seus próprios desafios. Sem otimismo o timoneiro não chegará há lugar nenhum!”
Edson Vidal Pinto
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