Foi um vapt sem vupt
E quando me dei por mim estava em Guaratuba a praia mais charmosa do Paraná, nem senti a viagem apesar da rodovia esburaca como dente mal cuidado e depois de ter ficado numa fila imensa, parado por mais de duas horas nas proximidades do viaduto dos padres, comendo com paciência de Jó bolacha “Clube Social” e tomando Coca-Cola geladinha. Pudera, pois eu estava muito confortável (com minha garota do meu lado) dentro do meu Fiat 147, cor laranja táxi, um tapete voador da tecnologia de ponta. A viagem foi uma aventura (quase sem fim) mas quando se está dentro de um automóvel de verdade os transtornos da viagem são tirados de letra. Só senti que havia chegado ao destino por causa do calor -, o final de semana promete. A partir de amanhã o movimento na cidade começa a fervilhar com gente vindo de todos os lados, as praias vão lotar e à noite, na avenida principal, os foliões e trios elétricos farão seus desfiles (tudo sem muito graça) mas com muita gente pulando atrás do som de uma música metálica e estridente. Este o carnaval que nem parece o carnaval de outrora; mas, enfim, é o único carnaval que existe por aqui. Eu gostaria de desfilar com minha fantasia de amendoim, mas não posso, meu preparo físico não ajuda. Minha mulher foi que aplaudiu. Só eunao entendi o porquê. O jeito é assistir um pouco o movimento de pessoas que passam na rua, da varanda de casa, admirando cada tipo que vale por um espetáculo. Mas dá para ouvir (de longe) o barulho das guitarras, sem correr o risco de suar bicas. O melhor é ficar em casa e as vezes matar um ou outro mosquito mais atrevido que se aproximar com más intenções, trazendo o vírus da dengue. Este o ônus da temporada. Deus que nos livre! Mas até a próxima quinta-feira tudo aqui será muito agito, batucadas, com pouca ginga e samba no pé porque o paranaense não é nada chegado nos festejos de Momo. Vale mesmo curtir a família, jogar conversa fora, esquecer das agruras do cotidiano, encontrar os amigos e tomar bons banhos de piscina. Esta a minha maneira de “brincar” o carnaval em Guaratuba, um balneário que não tem edifícios altos e nem roda gigante desproporcional, mas tem o calor humano de um povo que trabalha e ama sua terrinha…
“Na verdade escrevi esta crônica dentro do meu Fiat 147, cor laranja táxi, quando vinha ontem à tarde para a praia de Guaratuba, e estava parado numa imensa imensa fila de veículos no alto da Serra do Mar. Fiquei parado mais de duas horas na estrada. Encurralado como sardinha em lata.
Viva as nossas rodovias!”