Garimpando Parcerias
Terminada a primeira fase da campanha presidencial o foco agora é os candidatos ajustarem seus planos estratégicos e buscarem parcerias entre seus adversários. E isto só acontece na política onde a palavra dada, as promessas feitas e as juras de amor não valem mais do que um tênis de skeitista. Esta é a hora em que os contrários se atraem -, tal como Judas com Spartacus por não precisar de muita explicação pois o interesse único é capitalizar os votos perdidos.
De outro viés tem também as alianças entre oponentes que pensam igual e que foram antagônicos por circunstâncias inerentes ao próprio certame. As duas principais candidatas: a Tebet e a Soraya que nos debates só atacaram o Bolsonaro e procuraram diminuir o seu conceito de homem publico não precisaram pensar duas vezes para anunciar seus apoios ao Luiz Ignácio, pois ambas na condição de figurantes não conseguiram esconder suas simpatias pelo petista.
E o paulista de Pindamonhangaba o Ciro Gomes que na primeira etapa teve que atacar sem tréguas o Luiz Ignácio, por ser uma estratégia necessária para alija-lo do segundo turno, como um verdadeiro camaleão de reconhecida reputação na política teve que vestir a máscara de Maria Madalena e bandeou-se ao Lulapetismo. Aliás como ex-ministro do Governo Luiz Ignácio, Ciro voltou ao cocho onde se fartou de comer e do qual tem amor recolhido desde que nasceu. Outrossim não foi surpresa o apoio do padre Kelmon ao Bolsonaro, vez que dito sacerdote é cria do Roberto Jefferson (PTB) e inimigo de carteirinha do ladrão, também titulado de “filho do Brasil”.
E dentre os que não concorreram o apoio do FHC para o Luiz Ignácio faz parte da trama ideológica que liga estes indivíduos com o futuro do Brasil -, há quem afirme que na primeira eleição do Lula o FHC traiu o Serra na última hora para eleger o “adversário”. Do FHC tudo se pode esperar e como bom esquerdista a traição a um aliado está no sangue. Já a Temer (MDB) optou por dar seu apoio ao Presidente uma vez que partido liberou seus filiados para votarem e apoiarem em quem quiserem. Pelo perfil do Temer e na condição de exímio costureiro que sempre buscou apaziguar o país, sua preferência é reflexo de suas experientes observações políticas.
No Paraná os apoios unilaterais dos futuros Senador Sérgio Moro e do Deputado Federal Deltan Dallagnol ao Bolsonaro, os dois grandes vencedores e detentores de expressivas quantidades de votos, foram decisões necessárias e sem sustos. Os dois defensores da Lei jamais poderiam se omitir e nem negar o apoio que deram, pois o Luiz Ignácio declaradamente é o pior exemplo da corrupção que ambos combateram. E o apoio que declarado não arranhará suas atuações futuras no Congresso Nacional como políticos independentes e idealistas. É que na atual conjuntura da política nacional nenhum político, eleito ou não, poderá se omitir de perfilar ao redor de um ou outro candidato em campanha.
Contudo estranhavel apenas a adesão de frades Franciscanos ao ateu Luiz Ignácio, talvez tivessem seguido a orientação de seu dirigente-mór; outrossim, não seria novidade se as Ordens dos Jesuítas e Dominicanos emprestassem igual apoio. Estas duas entidades religiosas tradicionalmente sempre foram de esquerda e agora mais do que nunca comungam com a atual Igreja de Francisco. E no decorrer desta semana muitos ajustes e acordos serão celebrados para encorpar as campanhas de um ou outro candidato. Mas com certeza tudo acabará numa quarta-feira de cinzas para aquele que não ganhou por um triz o primeiro turno …
“Começaram as costuras para encorpar a acompanha de um ou outro candidato; tudo isto faz parte do jogo político . Agora emprestar apoio ao Luiz Ignácio não deve ser fácil para nenhum cidadão de bem . Pois a sua não tem nenhum lustro.”
Édson Vidal Pinto