Gazeta do Povo
Claro que a modernidade trouxe novidades no mundo da tecnologia que há vinte anos atrás parecia mais obra de ficção do que fruto da inteligência humana, a notícia por exemplo corre na velocidade de um raio porque o fato que acabou de acontecer em fração de minutos chega ao conhecimento das pessoas nas mais longínquas partes do mundo.
E algumas invenções como a Máquina de Imprimir (Guttemberg) que modificou pela sua importância uma fase da civilização porque proporcionou a leitura e edições múltiplas de obras e escritos antes mantidos em pergaminhos guardados a sete chaves, permitiu a leitura, o conhecimento do cotidiano e tirou o homem de sua escuridão mental.
O universo foi aos poucos desvendado e o planeta terra conhecido no mais recôndito de seus mistérios. E como tudo tem um preço a tecnologia que chegou para ficar trouxe a plataforma virtual como meio mais rápido de conhecimento atropelando assim a impressão gráfica da notícia no papel e a leitura de livros, revistas e jornais aos poucos estão ficando fora de moda. O tempo urge para o homem moderno e a mídia eletrônica tornou-se a melhor ferramenta às necessidades por conciliar a leitura dinâmica e mais atualizada.
Os grandes jornais gráficos perderam suas importâncias e aos poucos estão sendo desativados porquê são difíceis de serem sustentados sem o impulso estatal e perdas de verbas publicitárias. Os assinantes de per si nunca contribuíram para numa receita significativa que pudesse manter a saúde financeira de uma empresa jornalística.
Mas até hoje sinto falta de receber em minha casa, diariamente, a edição de assinante de “A Gazeta do Povo” impresso em várias folhas que era minha leitura obrigatória e servia para me inteirar de tudo que acontecia de bom e de ruim em Curitiba.
Que saudades de ler as manchetes da primeira página com a síntese dos acontecimentos do Brasil e do mundo, a “Entrelinhas”, as “Notas Políticas”, o noticiário policial, as Colunas Sociais do Dino e da Juryl, as crônicas do Wanderley Dias, do Mazza, a página esportiva, as caricaturas do Paixão, os “Classificados” com ofertas de compra e venda de móveis e imóveis, o necrológico e tantos outros assuntos que fascinavam os eleitores.
Tenho saudades sim porque sinto falta de ter nas mãos o jornal que era tão “nosso” quanto do dr. Francisco, um homem além do seu tempo que administrava e sabia conviver com todos os seguimentos da sociedade, além de ser um defensor intransigente dos interesses do Estado do Paraná.
E com ele estive diversas vezes na defesa das prerrogativas do Ministério Publico e sempre fui atendido com sua peculiar lhaneza de tratamento. Ele que apesar de um empresário de escol foi um grande tribuno do Tribunal do Júri.
Faleceu antes de ruir o tradicional jornal impresso. E as empresas dos grandes jornais curitibanos aos poucos foram deixando o palco para alguns poucos órgãos de menor brilho. Ah, que saudades mesmo da “Gazeta do Povo”, também do “Diário do Paraná” e de “O Estado do Paraná” do dr. Paulo Pimentel os carros-chefes de nossa Imprensa curitibana.
Não gosto e pouco leio as plataformas virtuais dos jornais eletrônicos porque não tem cheiro de papel, nem tem micróbios arraigados em suas folhas, não podem ser manuseados, riscados, rasgados e nem parece com o jornal de antigamente.
E todos eles fazem falta, bem como seus jornalistas e articulistas que através das notícias que davam mostravam suas utilidades e a inteligência dos paranaenses. Tanto é verdade que depois que o Dino faleceu até a garota Caiobá mudou-se para Camboriú…
“Não leio jornal impresso editado fora de Curitiba por absoluta falta de interesse. Mas que faz falta, faz. O que não me impede de ter saudades da boa Imprensa e de seus jornalistas que primavam em comentar a notícia e não distorcer a verdade dos fatos.”
Édson Vidal Pinto