Governos Díspares.
Levantei pensando nas posses de ontem; aqui no Paraná do governador Ratinho Jr. e lá de Brasília do Presidente Jair Bolsonaro. Embora atos públicos relevantes sejam evidentes que a do Presidente estava revestida de maior expectativa por motivos óbvios. Mas nenhum dos dois empossados pelo que disseram criou qualquer frustração aos seus eleitores, pois estes ouviram o que gostariam de ouvir.
Tudo saiu protocolarmente a contento. Porém salta aos olhos quão diferentes foram os critérios de escolhas, para indicarem os seus colaboradores mais próximos. Estes sabidamente molas propulsoras para dar efetividade às políticas publicas, conselheiros de todas as horas e fieis escudeiros no enfrentamento das crises que surgem no caminho de toda administração pública.
Nenhum dirigente político passa ileso e nem deixa de se desgastar em episódios orquestrados pelos que são do contra ou que torcem pelo quanto pior melhor. O Bolsonaro com larga experiência e visão sobre os problemas do país optou por escolher técnicos como titulares de seus Ministérios, todos com ampla visão sobre os temas pelos quais lhes cabe doravante equacionar. No jargão popular “colocou cada macaco no seu galho”.
Ele montou sua equipe sem os grilhões do Presidente anterior, que para ter governabilidade, se mancomunou com os piores canastrões da política nacional. E deu no que deu: um governo fraco e desacreditado. Temer apesar de gozar de razoável conceito acadêmico e ser professor da área do Direito foi na administração um zero à esquerda.
O Bolsonaro demonstrando bom senso e com certeza escorado nas opiniões de seus experientes colegas de farda, desde logo buscou formar a seu governo com destacados profissionais para ocupar os Ministérios, para só então buscar as alianças políticas, indispensáveis no Regime Republicano.
Contudo o governador Ratinho Jr. fez o inverso: prestigiou apenas dois técnicos e nomeou conhecidos políticos nas demais Secretarias de Estado. Ele preferiu a conveniência de acomodar seu governo na rede de balanço sustentada por rançosos líderes políticos para evitar atritos com adversários, do que fortalecer as bases da Administração de seu governo.
Político que não é bobo e precisa do voto popular para sobreviver dificilmente tenta deslustrar um Secretario técnico, para não perder a própria credibilidade. Ademais é muito mais fácil um secretário de estado técnico agir com prudência política, do que um político conhecer os problemas de uma Secretaria técnica.
Espargir nomes de apadrinhados e só de políticos sobre a máquina pública, quando esta precisar lubrificar e funcionar de fato, tem que chamar um mecânico eficiente. E na primeira impressão que se tem, o governador achou que lotear os cargos de primeiro escalão com a quase totalidade de políticos seja a melhor solução para governar, escolheu solução diversa do que pensa a respeito o novo Presidente.
Vamos esperar o tempo passar para avaliar qual dos dois tem razão.
Sob minha ótica e larga vivência na vida pública, acho que o Ratinho vai cair na própria ratoeira...
“A arte de bem Administrar consiste em escolher uma equipe de pessoas idôneas, idealistas e tecnicamente qualificadas. O viés político é nato no próprio administrador, pois da política ele sempre faz uso para alcançar o objetivo traçado!”
Edson Vidal Pinto